31 DE JANEIRO DE 2013
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O Sr. Mário Ruivo (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, quero começar por colocar a seguinte questão: o
Sr. Ministro anunciou, com pompa e circunstância, que o saldo da segurança social tinha tido um lucro de 413
milhões de euros, muito acima daquele que era o valor esperado.
Sr. Ministro, gostaria de saber se é verdade ou não que houve uma transferência extraordinária para a
segurança social de 856 milhões de euros.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Boa pergunta! O Sr. Ministro não falou disso! Esqueceu-se!
O Sr. Mário Ruivo (PS): — Se essa transferência ocorreu, a verdade é que, em vez de um saldo positivo,
temos um défice nas contas da segurança social de 443 milhões de euros!
O Sr. Nuno Sá (PS): — Ah!…
O Sr. Mário Ruivo (PS): — E também lhe digo, Sr. Ministro, que isso é fácil de perceber, porque responde
àquele que é o desastre da política do Governo, designadamente no aumento das despesas com subsídios de
desemprego, em cerca de 567 milhões de euros, e uma redução de 700 milhões de euros nas contribuições
sociais.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Mário Ruivo (PS): — Portanto, esta é a minha primeira questão.
A segunda questão que gostaria de lhe colocar é a seguinte: o Sr. Ministro anunciou o encerramento do call
center em Castelo Branco, que era para reatar mais tarde, após concurso público.
Percebemos que esse concurso público não ocorreu — aliás, defraudou até as expetativas do Sr.
Deputado Adão Silva, que também estava à espera que esse call center fosse reativado —, percebemos que
esse call center não foi reativado, porque encontraram uma solução: nos centros distritais, quem está a
trabalhar esses processos são os POC. Provavelmente, o Sr. Ministro não saberá, mas são os POC que estão
a fazer esse trabalho, consultando e acedendo a processos confidenciais. Isto segundo informações de que
disponho.
Para concluir, quero ainda dizer-lhe o seguinte: o Sr. Ministro extinguiu os cargos de diretores adjuntos da
segurança social, mas criou uma coisa parecida, chamada Núcleo de Apoio à Decisão, que mais não foi do
que uma forma de substituir.
Ora, também lhe queria pedir que substituíssem, porque a informação que temos é que nos centros
distritais não funcionam, os aquecimentos, os carros que vão às inspeções e não são aprovados e, em alguns
casos, até os leasing não estão a ser pagos e os carros estão a ser apreendidos. Portanto, esta era também
uma forma de substituirmos isto.
Aplausos do PS.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Lá se vai a propaganda!…
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr. Presidente, para interpelar a Mesa sobre a condução dos trabalhos.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr. Presidente, estamos numa interpelação ao Governo sobre políticas
sociais e temos presentes os Srs. Ministros da Solidariedade e da Segurança Social e da Saúde.