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I SÉRIE — NÚMERO 48

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decisivo nesta questão do CDS, que, por fim, decidiu voltar a ser coerente com os valores e os princípios que

defendia nesta Casa, há menos de dois anos. Nesse sentido, o CDS está muito modesto, mas considero que

tem razões para cantar vitória em relação ao seu parceiro de coligação.

Mas, Sr. Deputado, a intenção de fragilizar definitivamente e com consequências perigosas a RTP

continua. Agora, passámos ao plano de reestruturação, e o CDS vai continuar a ser confrontado com os seus

próprios discursos do passado.

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Não disponho de tempo para aqui falar, por exemplo, da independência

editorial e do novo organograma da RTP, que levanta imensas questões, como o Sr. Deputado bem sabe. Mas

gostava só de relembrar, no caso deste financiamento de 42 milhões de euros para o plano de reestruturação,

o seguinte: o Sr. Deputado está certamente recordado de que o plano de reestruturação de 2013 tinha como

condição a RTP nunca mais se poder endividar — esta era, aliás, uma exigência do Depfa Bank, se bem se

lembra.

Ora, em relação à RTP, o que é que aconteceu desde que este Governo assumiu o poder, em termos de

despesa pública, de encargos para os portugueses, que tanto preocupam o CDS? Houve um reforço de capital

de 344 milhões de euros para saldar a dívida, de forma inexplicável, muito mais do que era exigido no

contrato, e houve, sobretudo, esta coisa extraordinária de «abrir a caixa de Pandora» para a RTP — que era

uma empresa pública exemplar, no sentido da sua reestruturação financeira e de saneamento do seu passivo

— poder recomeçar a endividar-se. O que tem o CDS a dizer sobre isso? Sr. Deputado, não é por causa da

Contribuição Audiovisual que não deixam de ser os portugueses a pagar…

Por outro lado, sabemos que parte deste dinheiro é para reestruturar trabalhadores (usando a linguagem

do Governo). Quantos trabalhadores está o CDS disposto a aceitar que sejam reestruturados e por que

montantes? Isso interessava saber.

Por fim, Sr. Deputado, não posso deixar de lhe fazer a seguinte pergunta: os Srs. Deputados falam em

ponderação, falam em meses de trabalho para encontrar soluções para problemas. Mas, Srs. Deputados,

sejamos francos, os problemas da RTP foi este Governo que os criou. A RTP estava num caminho de

saneamento das suas contas e de recuperação.

Sr. Deputado, não resisto a perguntar-lhe: sabe quanto custaram estes meses de ponderação para

qualquer coisa que toda a gente já sabia que não podia acontecer, ou seja, a privatização parcial ou total da

RTP? Custaram, segundo a empresa, mais de meio milhão de euros! O que é que o CDS tem a dizer quanto a

isto?

Sr. Deputado, indico-lhe os valores: a Boston Consulting Group encaixou 312 000 €; a Accenture —

Consultores de Gestão encaixou 140 000 €; e a sociedade de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro &

Associados encaixou 82 500 €. Sr. Deputado, é isto que os senhores felicitam como sendo a grande

ponderação do Governo?! E o que é que andou a fazer o CDS durante estes quase dois anos de discussão? A

aprovar estes gastos?

Sr. Deputado, gostaria de ter, da parte do CDS, uma resposta clara.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de Almeida para responder.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Medeiros, muito obrigado pela

pergunta que colocou.

A Sr.ª Deputada, que comigo integra a 12.ª Comissão, interessa-se sempre por estas questões e

acompanha-as de perto há muito tempo.

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — É o meu trabalho, Sr. Deputado!