O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE FEVEREIRO DE 2013

43

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — … que continuam a aforrar com o dinheiro do Estado, com o dinheiro

dos portugueses!

Aplausos do PCP.

Esta lei o que visa é acompanhar uma redução drástica do financiamento dos serviços públicos com uma

contingência na sua gestão que não responde àquilo que são as suas funções. É por isso que temos serviços

públicos degradados e o empurrar para a privatização das funções que eles desempenham.

No Serviço Nacional de Saúde, são conhecidos, quase semanalmente, vários casos de rutura no

fornecimento de medicamentos, de materiais indispensáveis para o funcionamento dos serviços, para as

cirurgias, de adiamento de cirurgias que não são de ambulatório, porque essas estão cada vez mais atrasadas

e são as mais graves…

Quero dizer aqui que, ainda ontem, encontrei uma senhora que precisava de ser operada a uma hérnia e

que tinha uma lista de espera tão grande no Serviço Nacional de Saúde que foi buscar às suas poupanças e

foi operada no hospital privado, onde pagou 900 € que lhe faziam muita falta para outras coisas.

É este o resultado da lei dos compromissos: empurrar para o privado aqueles que ainda têm dinheiro para

fazer aquilo que o Estado devia fazer e que não faz porque o Governo lhes corta os recursos.

Protestos do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Hoje, os gestores dos hospitais, se forem sérios — e a maioria é! —

têm de optar entre duas questões fundamentais: ou incorrem no crime de violar a lei dos compromissos ou

incorrem no crime de deixar por tratar pessoas que precisam de tratamento.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É este o dilema que os senhores estão a impor aos gestores dos

hospitais públicos no Serviço Nacional de Saúde.

Fala-se aqui muito das autarquias, aliás, fala-se sempre das autarquias. As autarquias também prestam

serviços essenciais e, na verdade, o que está aqui em causa é uma centralização de poder no Ministério das

Finanças, poder que é de direito das populações e das autarquias que elegeram. Na realidade, em 2012, o

saldo orçamental das autarquias foi positivo em 650 milhões de euros, mas as autarquias não são

contribuintes líquidos para o aumento do endividamento.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ao contrário, têm contribuído para a diminuição do endividamento e

não para aquilo que a maioria e o Governo procuram fazer crer.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a ouvir, Sr. Deputado Michael Seufert?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta é, portanto, uma lei de má gestão. Porquê?

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Já vamos ver o que é má gestão!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Porque a realidade do serviço às populações não se compartimenta

ao trimestre; às vezes, é preciso antecipar despesa porque significa poupar mais adiante.