7 DE FEVEREIRO DE 2013
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — … que continuam a aforrar com o dinheiro do Estado, com o dinheiro
dos portugueses!
Aplausos do PCP.
Esta lei o que visa é acompanhar uma redução drástica do financiamento dos serviços públicos com uma
contingência na sua gestão que não responde àquilo que são as suas funções. É por isso que temos serviços
públicos degradados e o empurrar para a privatização das funções que eles desempenham.
No Serviço Nacional de Saúde, são conhecidos, quase semanalmente, vários casos de rutura no
fornecimento de medicamentos, de materiais indispensáveis para o funcionamento dos serviços, para as
cirurgias, de adiamento de cirurgias que não são de ambulatório, porque essas estão cada vez mais atrasadas
e são as mais graves…
Quero dizer aqui que, ainda ontem, encontrei uma senhora que precisava de ser operada a uma hérnia e
que tinha uma lista de espera tão grande no Serviço Nacional de Saúde que foi buscar às suas poupanças e
foi operada no hospital privado, onde pagou 900 € que lhe faziam muita falta para outras coisas.
É este o resultado da lei dos compromissos: empurrar para o privado aqueles que ainda têm dinheiro para
fazer aquilo que o Estado devia fazer e que não faz porque o Governo lhes corta os recursos.
Protestos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Hoje, os gestores dos hospitais, se forem sérios — e a maioria é! —
têm de optar entre duas questões fundamentais: ou incorrem no crime de violar a lei dos compromissos ou
incorrem no crime de deixar por tratar pessoas que precisam de tratamento.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É este o dilema que os senhores estão a impor aos gestores dos
hospitais públicos no Serviço Nacional de Saúde.
Fala-se aqui muito das autarquias, aliás, fala-se sempre das autarquias. As autarquias também prestam
serviços essenciais e, na verdade, o que está aqui em causa é uma centralização de poder no Ministério das
Finanças, poder que é de direito das populações e das autarquias que elegeram. Na realidade, em 2012, o
saldo orçamental das autarquias foi positivo em 650 milhões de euros, mas as autarquias não são
contribuintes líquidos para o aumento do endividamento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ao contrário, têm contribuído para a diminuição do endividamento e
não para aquilo que a maioria e o Governo procuram fazer crer.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a ouvir, Sr. Deputado Michael Seufert?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta é, portanto, uma lei de má gestão. Porquê?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Já vamos ver o que é má gestão!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Porque a realidade do serviço às populações não se compartimenta
ao trimestre; às vezes, é preciso antecipar despesa porque significa poupar mais adiante.