I SÉRIE — NÚMERO 53
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pois é esse exemplo que tem de ser seguido e continuado
para aprofundarmos a lei, na especialidade. Designadamente, temos de debater matérias de
constitucionalidade no que respeita à cobrança de impostos, que são relevantes e não podem ser ignoradas,
ou matérias como a da transferência no âmbito do Fundo de Coesão — não podemos deixar de fazer essa
discussão, de ir a fundo na mesma e de procurar a melhor solução.
Há outras matérias que, podendo ser esclarecidas em sede de especialidade, devem ser esclarecidas
desde já, e uma delas é a do diferencial fiscal. Por que é que vai ser reduzido o diferencial fiscal permitido às
regiões autónomas?
Por exemplo, nos Açores, o diferencial fiscal permitido vai reduzir de 30% para 20%. Agora, o Governo
Regional do Açores é contra, mas convém lembrar que em 1998 e em 1999, quando esse diferencial fiscal foi
introduzido, o Partido Socialista, no parlamento regional, votou contra!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ainda nos lembramos que o Partido Socialista, à época, era
contra a introdução da diferenciação fiscal nos Açores, mas agora vem manifestar a sua preocupação.
Contudo, penso que há uma voz que deixará o Partido Socialista descansado, que anunciou — e já direi
quem — que «será apenas alterado o limite máximo de diferenciação de IRS, de IRC e de IVA na região, o
qual passará a ser de 20%, quando agora está fixado num máximo de 30%. Esta medida…» — frisou — «…
terá um impacto reduzido em termos de número de contribuintes de IRS».
Quem o disse foi Carlos César, no dia 4 de maio de 2011, quando veio a Lisboa reunir com José Sócrates
e saber, afinal de contas, com o que José Sócrates se tinha comprometido no Memorando de Entendimento.
Srs. Deputados do Partido Socialista, estejam descansados, pois quem propôs foi José Sócrates e Carlos
César disse que isso não tem impacto absolutamente nenhum!
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Portanto, os Srs. Deputados do Partido Socialista podem ficar
absolutamente descansados! Mas também convém ter a noção de que, na Região Autónoma da Madeira, se
os madeirenses não vão poder beneficiar desse diferencial fiscal é porque a Madeira está sujeita a um
programa de apoio financeiro específico que impede, neste momento, que haja qualquer diferenciação positiva
para os madeirenses, fruto do que foi a gestão financeira da Região Autónoma da Madeira.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
Srs. Deputados, esta é uma discussão viva, interessante e deverá permitir a melhor solução em nome da
autonomia. Mas não devemos esquecer que o consenso é tão desejável quanto atingível nessa mesma
discussão.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Criticam o homem mas, afinal, aproveitam tudo o que ele diz!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavras o Sr. Deputado Carlos Abreu
Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: À guisa de conclusão deste
debate, designadamente sobre a proposta de lei das finanças locais, sou forçado a salientar, uma vez mais,
alguma pobreza na lógica das propostas e das ideias com que a oposição nos brindou hoje, neste debate.
Na verdade, em praticamente tudo o que diz respeito à reforma do poder local, a oposição, desde a
extrema-esquerda radical até ao maior partido da oposição, com especiais responsabilidades autárquicas, não