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I SÉRIE — NÚMERO 53

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A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, mesmo com uma pose de

Estado e com um tom de voz sereno, é possível, nesta Sala e lá fora, mover os insultos mais soezes a quem

trabalha e V. Ex.ª, na sua intervenção, mais uma vez, foi a demonstração disso.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — No dia em que o País ficou a saber que o desemprego atinge números nunca

vistos em Portugal, quando somos confrontados com estatísticas oficiais, repito, oficiais, de 16,9%; quando

sabemos que, se incluirmos os chamados «inativos disponíveis» e o «subemprego visível», o desemprego, em

termos reais e em sentido lato, atinge, seguramente, perto de 1,5 milhões de portugueses; quando sabemos

que, em Portugal, 4 em cada 10 jovens trabalhadores estão no desemprego, o Sr. Deputado, em nome do

CDS, veio à Assembleia fazer uma festa e falar de exportações. E nem aí acertou, Sr. Deputado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O que é espantoso é que, se o Sr. Deputado tivesse aprofundado um pouco

mais a leitura, para além das parangonas que lhe ofereceram, teria chegado à conclusão de que, de acordo

com o próprio Banco de Portugal, que será insuspeito de ser um órgão do PCP, se refere o abrandamento

notório, face ao aumento médio de 5,7%, no período de 2011-2012 e que a desaceleração em 2013 traduz um

forte abrandamento da atividade nas economias da área do euro, que representam cerca de dois terços dos

mercados de destino das exportações portuguesas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os senhores, com a vossa política, estão a matar o País à fome, estão a

asfixiar o consumo e a procura internas de uma forma nunca vista desde a década de 50, uma época que

será, provavelmente, de saudosa memória para alguns dos aqui presentes,…

O Sr. Honório Novo (PCP): — É verdade!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … mas, para nós, não!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora, mesmo nas exportações, que era o que restava, era o único motor que se

salvava deste «avião decrépito» em que os senhores estão a pôr a economia nacional, aquilo que verificamos

é que, mesmo ao nível da formação bruta de capital fixo e do investimento empresarial, há uma redução, há

uma queda acumulada de quase 36%, no período de 2009-2013.

Os senhores estão a matar a economia e nem as exportações se safam! E como é que o Sr. Deputado

resolve o problema em termos políticos? Vem dizer mal dos grevistas, vem dizer que a culpa disto tudo é dos

trabalhadores que fazem greve.

Veja bem, Sr. Deputado: em 2012, com o roubo dos subsídios de férias e de Natal, cada trabalhador dos

setores que aqui veio insultar viu a sua remuneração anual reduzida dois meses de salários. E, agora, os

senhores preparam-se para roubar, num ano, o equivalente a mais um mês de salário, em cima daqueles dois

meses, em subsídios de refeição, deslocações, trabalho suplementar e noturno.

Vozes do PCP: — Exatamente!

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.