I SÉRIE — NÚMERO 54
28
Por outro lado, no âmbito comunitário, a região do Norte do País é hoje uma das mais desfavorecidas,
reclamando urgentemente medidas que substanciem um vigoroso impulso produtivo que lhe possibilite
retomar níveis de atividade económica sustentável, de desenvolvimento, de emprego e de geração de
rendimento.
Recordo que o PIB per capita, no âmbito da média da União Europeia a 27 Estados-membros, cifra-se na
ordem dos 63,6%, tomando como referência o Eurostat na última indicação que foi possível apurar.
O setor em causa, na área de referência, pelo número de empresas, pela dimensão, pelo volume de
atividade, pelo emprego gerado, pelo rendimento distribuído, pela mão-de-obra qualificada, pelas famílias e
atividades produtivas, que, por via direta ou indireta, dele dependem, constitui um setor de atividade industrial
absolutamente crucial para o desenvolvimento e a sustentação económica da região nortenha e, de modo
especial, para as populações residentes nas áreas concelhias integradas nas referidas comunidades
intermunicipais.
A região Norte do País não pode continuar a ser remetida à inaceitável situação de periferia das periferias.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Lobo (PSD): — Não pode continuar a ser a região mais pobre de Portugal — não pode, Sr.ª
Presidente! Não pode, Sr.as
e Srs. Deputados!
À luz das incumbências prioritárias do Estado, previstas no artigo 81.º da Constituição da República
Portuguesa, a coesão nacional, o crescimento equilibrado de todas as regiões, a justiça territorial, a inserção
económica e social têm de ser, efetivamente, cumpridas.
Sem desconsiderar as medidas de âmbito nacional que ao Governo incumbe adotar na matéria em causa,
no respeito pelos princípios fundamentais da liberdade de iniciativa económica concorrencial e de gestão, no
quadro do investimento público no setor da construção civil, habitação e obras públicas, tendo presente que,
em setembro de 2012, a União Europeia aprovou uma agenda estratégica para o setor da construção até 2020
e que o Governo português, em decorrência, criou já um grupo de trabalho no âmbito material em apreço, o
Grupo Parlamentar do PSD, considerando serem notórias as qualidades da iniciativa de trabalho das gentes
do Norte, propõe que esta Câmara recomende e inste o Governo à adoção de todas as medidas, à utilização
de meios financeiros proporcionados pela União Europeia e de recursos nacionais que reanimem e revitalizem
o setor da construção civil em Portugal.
Recomenda, ainda, que sejam adotadas medidas abrangentes e eficazes, tanto de natureza reativa como
proativa e que, de modo particular, estimulem e deem corpo a um vigoroso impulso regenerador e superador
das constrições que as empresas e as populações integradas nas Comunidades Intermunicipais do Cávado e
do Ave se encontram.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para apresentar o projeto de resolução do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Rui
Paulo Figueiredo.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os dados conhecidos esta
semana e o debate que temos tido durante esta tarde demonstram uma verdade insofismável — estamos em
espiral recessiva.
Temos recessão como nunca, desemprego como nunca, falências como nunca. É uma espiral recessiva
com as pessoas a sofrerem, e muito.
O rendimento disponível das pessoas cada vez é menor. Temos cortes nas remunerações, cortes nos
subsídios. Tudo aumenta e sacrifica as portuguesas e os portugueses. Criam novas taxas e aumentam as que
existem, aumentam escandalosamente os transportes, bem como o IVA na restauração, o IVA no gás, o IVA
na eletricidade.
Temos a economia a ser destruída. Temos setores de atividade económica que estão a ser destruídos. O
pequeno comércio, a restauração, a construção civil estão a ser destruídos.