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I SÉRIE — NÚMERO 54

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concreto, é bom exemplo disso a Câmara Municipal de Braga, que tem em construção umas piscinas

olímpicas municipais, onde «enterrou» mais de 8 milhões de euros, mas onde atualmente está um monte de

betão, porque agora não há mais 15 milhões de euros para acabar a obra. Ora, nós não queremos essa

política do betão, que efetivamente projetou o crescimento de algumas empresas, mas um crescimento à

custa de um investimento público mau. É um investimento público mau, porque não se gastam 8 milhões de

euros numas piscinas olímpicas para hoje estar lá um monte de betão, quando não havia financiamento

assegurado para esse projeto.

Nós não queremos esse tipo de investimento público. Olhamos, de alguma forma, com bondade para estes

projetos, mas eles têm de se concentrar e focalizar em medidas muito específicas, em medidas que levem

àquilo que é procura da conservação do património e da reabilitação urbana.

O Governo está a fazer alguma coisa sobre este setor nesta área — no caso concreto, na reabilitação

urbana e na conservação do património. Isso nós apoiamos. Entendemos que há medidas, há projetos, há

financiamento para que se possa dar um passo e devolver a este setor, uma vez mais, a sua pujança, do

ponto de vista do emprego e também do ponto de vista financeiro.

Mas não será como foi no passado. Não há mais estádios de futebol para construir, nem há mais piscinas

olímpicas que deixem 8 milhões de euros de betão «enterrados», como no caso de Braga.

Por isso, o que pretendemos é que haja um efetivo apoio à internacionalização destas empresas em

mercados emergentes. Efetivamente, em Braga, há, hoje, um potencial enorme destas empresas, deste

cluster da construção civil, e isso também deve ser apoiado.

Esperemos que haja uma requalificação adequada e focalizada nos trabalhadores do setor da construção

civil para áreas que sejam próximas deste mesmo setor.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Por isso, iremos votar favoravelmente, mas com esta ressalva muito

específica da conservação do património e da reabilitação urbana.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João

Lobo.

O Sr. João Lobo (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Estranho que, de modo particular, a

Sr.ª Deputada Carla Cruz, pela forma como aqui expressou a sua intervenção, tenha revelado, segundo me

parece, não ter lido verdadeiramente o projeto de resolução do PSD.

Vozes do PSD: — Exatamente!

O Sr. João Lobo (PSD): — Aquilo que a Sr.ª Deputada disse já eu tinha lido, na sexta-feira, nos órgãos de

comunicação social. E como se limitou a reproduzir essas mesmas palavras, posso dizer-lhe que fraude

política não há, Sr.ª Deputada. O que há é, como Hamlet disse, words, words, words, isto é, palavras que

foram ditas e que mais do que isso não eram. Fraude política não há, Sr.ª Deputada! O que há, politicamente,

é uma zona do nosso País que se encontra mais depauperada do que as outras.

O título do projeto de resolução do PSD e o seu ponto 1 são muito claros. O título refere, com clareza, o

seguinte: «Recomenda ao Governo medidas dirigidas ao setor da construção civil e imobiliário, em particular

nas comunidades (…)» — em particular! Nós merecemos uma discriminação positiva, Sr.ª Deputada.

E mais: se a Sr.ª Deputada tivesse lido o que diz o ponto 1, isto é, «que utilize todos os recursos

disponíveis proporcionados pela União Europeia, os quais possam ser afetados, pelas formas e meios

institucionais existentes, a favor das populações e do desenvolvimento do País, de forma inteligente,

sustentável e inclusiva», verificaria que não se trata apenas da região de Braga, mas do País todo.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.