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I SÉRIE — NÚMERO 55

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Estamos, com isto, a dirigir o essencial dos nossos recursos para as empresas, sobretudo para as

pequenas e médias empresas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PCP.

Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, interrogava-me sobre que

pergunta ou perguntas a fazer ao Sr. Primeiro-Ministro, neste debate quinzenal. É que, naturalmente, não é

fácil fazer perguntas neste quadro da situação que estamos a viver.

Assistimos aqui a mais um debate, ao ritual da mútua acusação, um pouco à maneira de «diz o roto ao nu:

porque não te vestes tu?». E andamos nisto… Com um mundo lá fora a pulsar, a sentir de forma diferente

estes debates.

Se pudesse fazer um balanço deste debate, diria que as suas respostas valem tanto como as suas

previsões. Tudo assume uma dimensão cada vez mais assustadora — tudo! —, a saber: o desemprego, a

recessão económica, a dívida, os dramas sociais que crescem a um ritmo avassalador, com o

empobrecimento generalizado, o aumento da pobreza extrema e da exclusão social.

Sr. Primeiro-Ministro, quero acrescentar uma acusação: aos muitos cortes que tem feito, este Governo está

a fazer um novo corte, um corte na esperança da vida de muitos portugueses, a pensarem no seu futuro.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Fechou-se o último trimestre de 2012 e os números da evolução da

situação económica e social que aqui vieram a lume permitem já uma conclusão: a manter-se esta política, isto

vai acabar mal, muito mal.

De debate quinzenal em debate quinzenal, a situação é sempre pior. Tudo, absolutamente tudo está a

evoluir no pior sentido, com a crise a assumir uma dimensão crescentemente dramática.

Diz V. Ex.ª que está tudo na linha das previsões do Governo — veja lá se não estivesse, Sr. Primeiro-

Ministro! Cada trimestre que passa se cava mais fundo na nossa desgraça coletiva, e ainda agora «a

procissão vai no adro», ou seja, ainda não são visíveis todas as consequências das medidas do Orçamento do

Estado para o corrente ano.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O impacto do confisco sobre os rendimentos do trabalho, dos cortes

nos salários, nas reformas e nas prestações sociais, no investimento, e as privatizações, a venda do melhor

património público do nosso País.

O País já não consegue ouvir e suportar este Governo e esta maioria a dizerem que o desemprego é um

problema importante que o País tem de resolver e nada fazerem. O País já não consegue ouvir e suportar este

Governo dizer que está muito preocupado, mas tudo segue um rumo pior. Já não suporta ouvir falar da

viragem da situação e de uma recuperação que nunca mais chega, apesar dos anúncios constantes para

2012, para 2013, para 2014.

O País está farto de tanta hipocrisia e dissimulação.

As previsões do Governo são pura fantasia. Perante a evolução do País e o previsível e mais do que certo

agravamento da situação no futuro, está colocado um problema a todas as forças políticas. Não se trata do

«quanto pior, melhor» a pensar em eleições, mas de tomar, de facto, todas as medidas para uma saída

urgente desta grave situação.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!