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I SÉRIE — NÚMERO 56

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Se os senhores não estiveram disponíveis no início para construir a solução, quando aparecem os

problemas ainda mais longe estão.

O que não se vislumbra dessas bancadas é qualquer alternativa.

Vozes do CDS-PP: — Ora bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Deve dizer-se que, do ponto de vista político, ainda que

admitíssemos que os senhores quereriam algum dia construir uma alternativa verdadeiramente credível, essa

alternativa é impossível de vislumbrar.

O Sr. Deputado Paulo Sá ainda fez uma tentativa desse exercício e disse que eram precisas políticas que

transformassem parte de um dinheiro, que nós não sabemos de onde é que vem, em investimento público e

que achava que esse investimento público era reprodutivo e que inverteria o ciclo.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Deputado, aquilo que defende é, nada mais, nada menos,

do que a razão de ser do ciclo que nos trouxe até aqui.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Nós estamos a tentar sair de uma situação que foi gerada por

um ciclo de despesa, de défice e de dívida. O serviço da dívida é o corolário do ciclo que os senhores

defendem. Nós só pagamos serviço de dívida porque temos dívida, só pagamos dívida porque tivemos défices

e só tivemos défices porque tivemos despesa acima daquilo que conseguimos gerar: por um lado, com o

nosso crescimento e, por outro lado, com os impostos que os portugueses eram capazes de pagar.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Se os senhores não conseguirem perceber o problema do ciclo vicioso que nos trouxe até aqui, muito mais

difícil seria perceberem o ciclo virtuoso que nos tirasse daqui.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Mas a dívida aumentou!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ora, é exatamente em busca desse ciclo virtuoso que nós

procuramos um consenso, que é abrangente, mas, condescendemos, é um consenso que, provavelmente,

não será tão abrangente que consiga abarcar as bancadas que agora colocaram questões.

Mas é muito importante — e perdoem-me que dê essa importância — que esse consenso vá até ao Partido

Socialista. Por uma razão simples: se o Partido Socialista se compromete, numa carta escrita aos

responsáveis do BCE, da Comissão Europeia e do FMI, com a criação de um ciclo de crescimento, de

investimento e de recuperação do emprego então todos precisamos de construir as soluções para

conseguirmos esse ciclo.

Nós já pusemos algumas soluções em cima da mesa, nomeadamente uma solução fiscal. E de onde é que

vem a legitimidade do CDS para o fazer? Exatamente por ter dito que um dos principais problemas deste

Programa de Ajustamento e das exigências que tínhamos neste momento era a enorme carga fiscal que

condicionava a nossa recuperação.

Pois agora, que iniciamos um caminho de saída deste processo, é exatamente pela redução da carga fiscal

em sede de IRC que começamos as nossas propostas, porque não há mais emprego se as empresas não

tiverem capacidade de investimento. E as empresas não têm capacidade de investimento se o Estado

continuar a ir buscar grande parte daquilo que as empresas são capazes de produzir em termos de

rendimento.

Isso é difícil de perceber por parte das bancadas do PCP, do BE e de Os Verdes, mas é perfeitamente

percetível para o Partido Socialista, tenha o Partido Socialista a capacidade de, de uma vez, se assumir como