21 DE FEVEREIRO DE 2013
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já não aguenta é a posição constante do Partido Comunista Português, que quer continuar a fazer parte do
problema, que discorda de tudo, que não apresenta uma solução, mas que continua sempre, e
constantemente, a dizer mal de tudo aquilo que o Governo e os parceiros sociais querem fazer no País.
Sr. Deputado Jorge Machado, esse não é o nosso caminho!
As matérias relativas à legislação laboral estão a ser discutidas em sede de concertação social, com os
parceiros sociais. Bem sabemos que também nessa matéria o País não conta com o bom senso nem com o
acordo social do vosso braço armado na concertação social, mas sabemos que todos os parceiros sociais
estão empenhados em construir uma solução que corresponda aos anseios da economia portuguesa.
Sr. Deputado Jorge Machado, sabemos que esse é o caminho do Partido Comunista Português e os
portugueses também o sabem. O nosso caminho é outro; o nosso caminho é o de fazer pontes e o de procurar
consensos para conseguirmos resolver os problemas do País.
Por isso, temos insistentemente pedido, nesta Câmara, aos partidos responsáveis para nos ajudarem, para
ajudarem o País, para ajudarem o Governo, como é sua missão e sua responsabilidade, a resolver os
problemas do País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É esse o apelo que temos lançado insistentemente ao Partido
Socialista, isto é, para vir connosco debater as questões estruturais do País, para que não se acantone no
medo do debate que quer fazer de tudo o que não é perigoso do ponto de vista eleitoral. Aliás, tudo aquilo que
tem custos eleitorais o Partido Socialista não quer debater, desmarca-se.
Mas essa é também a matriz do PCP e, por isso, Sr. Deputado Jorge Machado, aquilo que lhe queria
perguntar é o seguinte: diga lá, de uma vez, se o PCP discorda de tudo o que está a ser feito em sede de
concertação social e se só concorda, se só se revê, se só se consegue espelhar nas posições da CGTP.
Todos os outros não têm razão? Só os senhores é que têm razão, Sr. Deputado? Faça favor de esclarecer a
Câmara e os portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pensei que ia falar do Impulso Jovem!
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Jorge Machado, houve um lapso da bancada do Bloco de Esquerda,
que queria inscrever a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca também para lhe pedir esclarecimentos, mas só o fez
mais tarde. No entanto, se todos estiverem de acordo, darei a palavra à Sr.ª Deputada.
No entanto, como o Sr. Deputado Jorge Machado pretende responder individualmente, dou-lhe desde já a
palavra para responder ao Sr. Deputado Hugo Soares.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hugo Soares, vem aqui fazer um exercício
de, literalmente, «enfiar a cabeça dentro da areia».
Os dados que vieram a público na semana passada são reveladores da desgraça que este Governo
representa (não adianta disfarçar): 1,5 milhões de trabalhadores desempregados; 400 000 trabalhadores a
receberem subsídio de desemprego; 40% de desemprego jovem — não sei se este número lhe diz alguma
coisa; exportações a caírem de forma acentuada; PIB em sucessivas alterações para pior; recessão a agravar-
se; dívida a aumentar.
O que está a correr bem, Sr. Deputado Hugo Lopes Soares, diga lá?!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Nada!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Portanto, a constatação que fazemos é que este caminho não pode ser
seguido.