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21 DE FEVEREIRO DE 2013

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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Creio mesmo que, lá fora,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ninguém percebeu!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — … os mais de 1,5 milhões de pessoas que estão desempregadas também

não perceberam. E muito menos perceberam os 40% dos jovens altamente qualificados que estão no

desemprego e aos quais os senhores dizem: «Azar! Emigrem, porque aqui não têm lugar.»

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não, não! Nada disso!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Este, sim, é que é o braço armado deste Governo nas suas políticas

recessivas e contra as pessoas.

Por exemplo, quanto à questão das indeminizações por despedimento, mais uma vez, o Governo veio

mostrar a sua verdadeira cara, fazendo até uma dupla interessantíssima, com o Sr. Ministro da Economia e do

Emprego e o Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, cada um retificando o outro, porque fizeram

entrar na nesta Assembleia uma proposta sobre indemnizações por despedimento que, agora, estão a discutir

num outro «carrinho», na concertação social, em versão mais agravada.

O que os senhores do PSD e do CDS e o Governo querem é embaratecer os despedimentos e enganar as

pessoas dizendo que, deste modo, se criará mais emprego. Nada mais falso!

Por isso, estas políticas são e serão contestadas todos os dias, em todos os momentos, nas passadas e

nas próximas manifestações, e também nos sítios onde os ministros vão anunciar cada vez mais desgraça

para este povo.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, é, de facto, extraordinário

o comportamento da maioria PSD/CDS-PP relativamente a um cenário que nos é colocado.

De acordo com dados oficiais do Governo, temos um País que aponta para mais recessão, mais

desemprego, mais défice e mais dívida. Nada está a resultar, nenhuma das medidas está a ter qualquer efeito

positivo, a não ser uma coisa esotérica chamada «credibilidade», que ninguém compra na farmácia e que

ninguém sabe quantificar…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Com a exceção dessa coisa que não existe, a verdade é que todas as

medidas estão a falhar, todos os dados objetivos estão a falhar de uma forma desastrosa.

E qual é a medida que o Governo apresenta na semana seguinte à saída destes dados? Precisamente,

reduzir o valor das indemnizações de quem é despedido sem justa causa.

Portanto, um País que tem 1,5 milhões de trabalhadores desempegados e que vive com a peregrina ideia

de que é preciso reduzir o valor das indemnizações, não lembra ao Diabo! Ou seja, vai facilitar o

despedimento, vai facilitar a substituição de trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos, porque

é esse o objetivo, o de tornar cada vez mais precária a vida das pessoas e as relações laborais.

Efetivamente, não concordamos com este caminho e consideramos que é importante lutar contra este

caminho e contra este Governo, aqui e lá fora, por um caminho alternativo.

Sr. Deputada Mariana Aiveca, quando eu disse, do alto da tribuna, que o País já não aguenta é mesmo o

sentimento que temos. Quem ouve as pessoas, quem ouve até militantes do CDS e do PSD, quem ouve a

generalidade da população, diz com todas as letras: «Já não aguentamos mais. Este caminho não pode

continuar». É, pois, necessária uma rutura rápida, urgente, para devolver ao povo aquilo que ao povo

pertence, que é o poder de decidir o seu próprio futuro. Isto é, escolher outros caminhos.