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21 DE FEVEREIRO DE 2013

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Mudar, mudar de política, não ficar a meio da ponte, e nem mais uma medida pró-cíclica orçamental até

estabilizar o desemprego e a economia! Concorda ou não comigo, Sr. Deputado?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Jesus Marques, foi com a mesma

estupefação do Sr. Deputado que assisti, durante a manhã, à intervenção do Sr. Ministro das Finanças, para

quem, efetivamente, o reconhecimento de um novo desvio na economia do País, com o mesmo tom de voz,

parece passar como se nada tivesse acontecido, para quem não há uma palavra, um dado, uma reação em

relação ao efeito que isso tem na vida das pessoas, particularmente ao nível do desemprego. E é um dado

relevante, porque o Sr. Ministro vem à Assembleia da República, inicia-se hoje a sétima avaliação da troica,

mas não diz que resultado é que tem esta nova meta da recessão sobre aquilo que sobressalta o País, que é

1 milhão de desempregados, um dos aspetos mais negros que temos para enfrentar.

Isto é relevante e demonstra como, afinal, são vãs quaisquer ideias de crescimento, pois a economia vai

contrair ainda mais do que era suposto, ou de medidas contracíclicas, porque, como dizia o Sr. Deputado, e

estava na declaração inicial do Sr. Ministro das Finanças, há mais 800 milhões de euros de cortes na manga

do Governo para levar a cabo em 2013.

Por isso, se algumas lágrimas houve, da parte do Sr. Ministro, foram, com certeza, lágrimas de crocodilo, e

outras não poderiam ser, face à crueldade desta política e à realidade das escolhas que este Governo tem

pela frente.

Mas confirmo a sua opinião, Sr. Deputado, não há espaço, em Portugal, para mais austeridade. Por isso, a

questão que se coloca, e respondo à sua pergunta com esta reflexão, é a seguinte: se o Governo tem mais

espaço para mais austeridade ou se o País entende que o Governo já está a mais e já não é parte da solução

mas do problema; se a troica tem mais espaço para vir dizer, junto com o Governo, que o Memorando ainda

tem de ir mais além, com as mesmas medidas, em um, dois ou três anos — e, independentemente de se

manter cá a troica, sabemos que a escolha do Governo é ter mais austeridade por mais tempo —, ou se o

País chumbou a troica e a austeridade. Quanto à resposta a esta pergunta, não tenho quaisquer dúvidas, mas

gostava de ouvir também a reflexão do Partido Socialista, e teremos espaço para isso ao longo das próximas

semanas.

Gostava de saber se se juntam ao País, que chumba o Governo e a troica, ou se, afinal, é a austeridade

light que ainda continua em cima da mesa.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco,

do PSD.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, sabemos quais foram

as escolhas do Bloco de Esquerda, quando o País esteve à beira da bancarrota. Em fevereiro de 2011,

quando o País estava confrontado com uma situação de pré-bancarrota, quando o País foi forçado a pedir

ajuda externa, o Bloco de Esquerda quis ficar de fora.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O Bloco de Esquerda não quis participar nas negociações, o Bloco de

Esquerda não quis, junto dos nossos credores, dizer o que pretendia e defendia para o País. São caminhos

diferentes! É que, de um lado, temos a responsabilidade de quem está confrontado com um problema e tem

de encontrar solução para ele — e, aqui, o PSD e o CDS mostraram a sua responsabilidade, como partidos da

oposição, ao secundar o Governo, que teve de fazer esse pedido de ajuda —, do outro, temos os que ficam de