22 DE FEVEREIRO DE 2013
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O Sr. Luís Fazenda (BE): — Em segundo lugar, gostaria de perguntar-lhe qual o fundamento da integração
da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, IP
(FCT) — a nosso ver, preparando uma privatização comercial do domínio .pt e encarecendo os custos de
serviço da web para todo o sistema público universitário e de investigação científica — e que desse a resposta
sobre se isso é melhorar as soluções sociais do Estado ou se, na realidade, é alienar funções sociais do
Estado. Diga-nos que não é, Sr. Ministro! Garanta-nos, aqui, que não é essa a perspetiva do Governo, e este
debate terá valido a pena!
Por fim, coloco uma questão relativamente a uma novidade que o Sr. Ministro referiu na sua intervenção
inicial: a da função social da interioridade. O Sr. Ministro disse que vamos ter formações superiores curtas no
interior, de algum modo alicerçadas e alavancadas nos politécnicos.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Pergunto: Sr. Ministro da Educação, formações superiores curtas de dois anos, que não permitem grau, é
um modo de respeito pelo interior?! Não têm grau? Não conduzem a qualquer grau no sistema de ensino?
Será que o interior vai entender alguma vez esta oferta? Aqui lhe deixo a pergunta.
A interpelação de hoje sobre funções sociais do Estado é um debate político, é até um debate ideológico,
tem uma natureza prática mas também tem uma natureza doutrinal. Lamento que não seja o Ministro
adequado para o debate geral mas, já agora, sobre essa função social do Estado, que está em clara contração
no País, não nos venha dizer que está em expansão, Sr. Ministro. Não nos diga isso, porque isso é faltar
completamente à verdade dos factos.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Educação, ainda bem que, sendo o
tema da interpelação de hoje as funções sociais do Estado, nos fala o membro do Governo responsável pela
educação.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Também achamos!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Digo isto, Sr. Ministro, porque é insofismável, mesmo que o Bloco de
Esquerda discorde disto, que, em qualquer país ocidental, a educação é um dos pilares fundamentais do
Estado social e um alicerce verdadeiro para os jovens de hoje e adultos de amanhã.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Aliás, a sua resposta à interpelação e à falta de casting do membro do
Partido Socialista foi exatamente no sentido correto, que foi explicar que sem uma educação transversal e uma
educação orientada para o futuro não estamos a garantir as condições necessárias para a igualdade de
oportunidades e acesso a todas as potencialidades.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Ministro, o sistema de educação existe para servir as famílias e
não para servir o Estado social. A função do sistema educativo é a de dar uma resposta às necessidades das
pessoas e das famílias e não a de justificar-se a si próprio, enquanto integrante desse Estado social.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!…