14 DE MARÇO DE 2013
15
Sabemos que as políticas ativas de emprego podem habilitar, durante o período recessivo, as pessoas, os
trabalhadores que estão desempregados, de forma a poder detetar melhores oportunidades para, assim que a
economia puder retomar, poderem ter uma oportunidade de trabalho. Mas sabemos que não são as políticas
ativas de emprego que geram, só por si, emprego.
Protestos do PCP.
Portanto, Sr. Deputado, não sejamos míopes. Não estejamos a olhar para o curto prazo achando que
resolvemos os problemas do futuro apenas aliviando as restrições, porque foi essa lógica, Sr. Deputado, que
nos trouxe até aqui.
Protestos do PCP.
Foi justamente na lógica de achar que não tem de haver restrição e que alguém sempre há de pagar que o
País chegou à conclusão de que não tinha dinheiro para pagar as suas obrigações mais elementares pelo que
teve de pedir dinheiro emprestado a quem tinha.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá restringir a banca e os grupos económicos!
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, na verdade, temos uma
divergência insanável. É que a forma como estão a atuar em relação ao défice está a matar o crescimento.
Pensamos que o crescimento económico é que pode matar o défice.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E essa é a diferença!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não é ao contrário!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Consideramos, por exemplo, que produzir mais é condição para
devermos menos!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não há nenhuma orientação europeia, não há nenhuma decisão
supranacional que possa impedir que os portugueses e Portugal possam crescer de uma forma soberana e
que possam decidir do seu próprio futuro e desse mesmo crescimento, que é necessário para o País. Ora, isso
revela uma contradição de uma opção de fundo que o Sr. Primeiro-Ministro e o seu Governo têm em relação
ao futuro de Portugal.
Coloco-lhe uma última questão, Sr. Primeiro-Ministro.
Já aqui colocou as questões relacionadas com a sétima avaliação do chamado programa de intervenção
externa. Já agora, porque não percebi bem, explique-nos: o que é que o Sr. Primeiro-Ministro vai dizer ao
Conselho que os portugueses não possam saber primeiro?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!