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14 DE MARÇO DE 2013

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está-se a ver!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, Sr. Deputado, sabemos que não é possível crescer apenas com base em

alavancagem financeira.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Por essa razão, entendemos que a economia real não pode continuar a viver artificialmente de crédito,

como viveu exageradamente durante vários anos, mas precisamos de ter condições para restabelecer

normalidade de crédito à economia.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas está a agravar tudo isso!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E essa, Sr. Deputado, tem sido uma preocupação permanente deste Governo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Bloco de Esquerda. Tem a palavra a Sr.ª Deputada

Catarina Martins, para formular perguntas.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o desemprego é o principal

problema na Europa e em Portugal. Estamos, segundo dados oficiais, com 17% de taxa de desemprego, 40%

de desemprego jovem, e estes números são o maior retrato do falhanço da política do Governo.

Sabemos também que 2012 foi o ano da maior recessão desde 1975 e sabemos ainda que aquilo de que o

Sr. Primeiro-Ministro se gaba como sendo um resultado positivo da balança comercial se deve, em 60%, à

contração das importações, ou seja, ao empobrecimento.

Os números alarmantes sucedem-se. Mais de metade do crédito mal parado corresponde a pessoas que

não conseguem pagar a sua casa.

Se o Sr. Primeiro-Ministro ainda não percebeu o que isto é, eu traduzo por miúdos: é um País que não

aguenta, é empobrecimento.

Há 17 dias que está a ser feita a sétima avaliação da troica em Portugal e não sabemos nada sobre isso.

Face aos números avassaladores do empobrecimento em Portugal e de uma economia que está em

descalabro, depois de 17 dias de avaliação temos de saber o que se passa!

Vamos ter reuniões importantes na União Europeia. A União Europeia corresponde a mais de dois terços

da troica. O Sr. Primeiro-Ministro não pode ir para estas reuniões sem nos dizer nada.

Portanto, o que precisamos de saber agora é quais são os resultados que tem desta sétima avaliação, se

continua ou não o Governo a querer fazer 4000 milhões de euros de cortes e se é de uma vez ou em

duodécimos.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, referiu-se ao resultado da

nossa balança comercial. Quero dizer-lhe que não falei da balança comercial, mas da balança de transações

correntes.

A Sr.ª Deputada quer, no fundo, justificar o reequilíbrio das contas externas com a redução das

importações e, portanto, com o empobrecimento, mas não concordo consigo. Empobrecimento é um processo

pelo qual nos endividamos e consumimos sem termos condições para o podermos assegurar. Isso é que é

empobrecimento, Sr.ª Deputada. Há um dia em que ele é visível, há um tempo em que ele é ilusório, está

iludido. Quer dizer, quando um país, para garantir as importações de bens, se endivida à razão de 10% ao