14 DE MARÇO DE 2013
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O caminho que deve ser aprofundado é o que tem sido objeto de maior atenção nos Conselhos Europeus
anteriores: o caminho da união monetária, o caminho da união financeira, o caminho da estabilidade
orçamental, o caminho de uma maior regulamentação orçamental por parte dos órgãos da União Europeia.
Este é um caminho que deve ser aprofundado e, certamente — já agora, gostaria de ouvir explicações do Sr.
Primeiro-Ministro sobre esta matéria —, sê-lo-á no Conselho que amanhã se inicia.
Há, todavia, um outro caminho, que é complementar a este — e que não é contraditório nem oposto, como
muitos querem fazer querer — e que, a nosso ver, deve ser fortemente reforçado. Refiro-me ao caminho da
competitividade, o caminho do crescimento económico e o caminho do combate ao desemprego.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Só assim, Sr. Primeiro-Ministro, poderemos enfrentar os três tipos de
problemas com que se depara a Europa que amanhã se sentará (e foi assim que, de resto, comecei a minha
intervenção): problemas económicos, sociais e políticos.
Económicos, desde logo, em termos da competitividade: semestre após semestre, parece ser cada vez
mais remoto ou, aparentemente, mais longínquo o início de uma retoma para esta União. Parece-nos, por isso,
que a Europa também tem de ser confrontada (e confrontar-se a si própria), semestre após semestre,
Conselho após Conselho, com as situações que evitam uma melhoria da competitividade dos países da União
Europeia e que impedem essa visão de retoma, que é desejo, obviamente, de todos os países da União
Europeia e, certamente, desta maioria e deste Governo.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Socialmente, os problemas que a Europa enfrenta — e deve, a
nosso ver, encará-los amanhã — têm a ver com a questão do combate ao desemprego. Nesta matéria, por
muito que alguns queriam fazer crer, ninguém tem varinhas mágicas! Todos sabemos que foram problemas de
anos e anos que geraram este desemprego, que é estrutural e estruturante, e, portanto, ninguém pode dizer
que tem uma varinha de condão que o irá resolver de um momento para o outro.
Reconhecemos, no entanto, Sr. Primeiro-Ministro, o valor da concertação, interna e extrema, e das políticas
de coesão ao nível da União Europeia. Neste sentido, gostaria de fazer referência a uma carta subscrita por
todos os ministros da segurança social, incluindo o português, que, no final do mês passado, exortavam, de
alguma forma, o Conselho Europeu a assumir maiores poderes junto do ECOFIN, no sentido de poder praticar
políticas mais ativas de combate ao desemprego,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pois, como o CDS faz…!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … nomeadamente ao desemprego jovem — aliás, isso também
consta da agenda deste Conselho, pelo que gostaríamos que dele saíssem soluções. Tal seria importante
para esta retoma de competitividade e, também nessa matéria, creio que o Governo português, certamente,
terá uma palavra a dizer.
Sr. Primeiro-Ministro, o terceiro e último tipo de problemas que, a nosso ver, esta Europa que amanhã se
sentará no Conselho Europeu tem de enfrentar — e tem de saber fazê-lo em conjunto —, é político. É preciso
dizer, de forma clara, que a União Europeia e o processo de construção da União Europeia fez-se por e para
as democracias.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E o desespero, por vezes, Sr. Primeiro-Ministro, é espaço fértil para
qualquer tipo de populismos, como bem vimos.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!