I SÉRIE — NÚMERO 73
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O Sr. António José Seguro (PS): — … para que Portugal pudesse beneficiar de mais maturidade na sua
dívida pública.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Diga o que o SPD lhe respondeu!
O Sr. António José Seguro (PS): — Fiz e, se for necessário voltar a fazê-lo, fá-lo-ei, porque não confundo
o interesse nacional com as divergências estratégicas e ideológicas que mantenho com o senhor e o seu
Governo. Não confundo!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — E entristece-me ouvir o Primeiro-Ministro do meu País dizer que isto é
um jogo partidário, quando o senhor sabe que tomei essa iniciativa — e, se for necessário, revelo com quem
—…
Vozes do CDS-PP: — Diga! Diga!
O Sr. António José Seguro (PS): — … para garantir que, noutros parlamentos da União Europeia, se
possa apoiar esta justa pretensão de Portugal.
Aplausos do PS.
O PS, esta bancada, não merecia essa atitude por parte do Primeiro-Ministro de Portugal. Revela uma
autêntica ausência de sentido de Estado e revela quão baixo o senhor entende que deve ser o debate
parlamentar aqui, nesta Assembleia.
Aplausos de Deputados do PS.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Tenha vergonha!
O Sr. António José Seguro (PS): — Quanto a mais tempo para consolidar, Sr. Primeiro-Ministro, o seu
mais tempo é para pagar os seus erros; o nosso mais tempo é para criar condições para a nossa estratégia de
crescimento económico, para consolidar as contas públicas.
Protestos do PSD.
E devo dizer-lhe que não é suficiente a renegociação que foi feita, precisamos de mais tempo e de outras
condições e precisamos de outras soluções, designadamente ao nível da dívida pública, para podermos
cumprir os nossos compromissos internacionais. É necessário falar com seriedade, ter os pés bem assentes
na terra, sobretudo quando se exigem tantos e pesados sacrifícios aos portugueses.
Relativamente ao regresso aos mercados, Sr. Primeiro-Ministro, não diga ao Partido Socialista que o
Partido Socialista não quer o regresso aos mercados. O Partido Socialista sempre quis o regresso aos
mercados, sempre se bateu pelo regresso aos mercados e todos sabemos que o regresso aos mercados é
feito de uma forma progressiva. Mas só foi possível ter-se iniciado o regresso aos mercados porque houve um
papel mais ativo do Banco Central Europeu, que nós sempre defendemos e que o senhor sempre recusou.
Reconheça isso!
Aplausos do PS.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não é verdade!