O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4 DE ABRIL DE 2013

23

Dizem o Sr. Deputado António José Seguro e o Partido Socialista que o Governo é submisso. É submisso

porque cumpre a palavra que o próprio Partido Socialista ofereceu, em nome de Portugal,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … para podermos ser resgatados e é submisso porque não se consegue

afirmar na Europa, a tal Europa onde o Dr. José Seguro afirmaria uma nova política que todos os outros 26

Estados-membros acatariam de imediato.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, há pior submissão do que aquela que consta do caminho que foi percorrido pelo

Governo anterior e que desembocou na situação de pré-bancarrota e no pedido de ajuda externa?! O que é

isso senão a submissão de Portugal àqueles que tiveram de nos acorrer, financiando-nos para podermos

pagar salários e pensões, Sr. Primeiro-Ministro?!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É por isso, Sr. Primeiro-Ministro, que esta moção de censura é, de facto, irresponsável, do ponto de vista

político, pois não valoriza o papel que o principal partido da oposição tem na situação criada e nas soluções

para sairmos desta crise. É uma moção de censura que é politicamente frouxa, porque não oferece uma saída

a Portugal, não oferece um projeto de crescimento e de criação de emprego.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E é uma moção de censura que é um mero exercício de afirmação

política, um mero exercício egoísta de afirmação política do líder de um partido, no caso do principal partido da

oposição.

Sr. Primeiro-Ministro, não há dúvida nenhuma — o Sr. Primeiro-Ministro disse-o e é verdade — que o País

não merecia este Partido Socialista, o País não merecia esta irresponsabilidade do principal partido da

oposição. Mas, como o País não merece este Partido Socialista, também não lhe vai conceder a oportunidade

de regressar tão cedo ao governo e de trazer, com esse novo ciclo de governação, mais troica, mais

empréstimos, mais constrangimentos e mais austeridade, porque seria isso que um governo do Partido

Socialista, inevitavelmente, traria a Portugal.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do CDS-PP. Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, para o CDS, esta moção de

censura, sendo legítima, é inoportuna no tempo, incoerente no propósito e politicamente irrelevante na

consequência.

Inoportuna no tempo porque acontece a oito dias de Portugal ter uma negociação difícil e importante para o

País, de forma a alterar o modo e o tempo de pagamento da dívida que o Governo anterior, do Partido

Socialista, deixou em nome de Portugal.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É incoerente no propósito porque o Partido Socialista, ao mesmo

tempo que no texto desta moção diz «basta, os portugueses não aguentam mais», multiplica-se em cartas à

troica, garantindo que vai cumprir com aquilo que se comprometeu em nome do nosso país.

Ou seja, temos um Partido Socialista — o maior partido da oposição, o partido que tem a responsabilidade

de gerar e de apresentar aos portugueses uma alternativa — que é radical na palavra, numa competição à sua

esquerda, e que é responsável na escrita, numa duplicidade política que é inaceitável ao maior partido da

oposição.