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4 DE ABRIL DE 2013

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Ora, isso não deixa de ser trágico para a democracia portuguesa, sobretudo quando vemos um partido com

a história e as responsabilidades do Partido Socialista não interessado em apresentar uma alternativa

governativa — alternativa que seria natural no maior partido da oposição — mas apenas e só em concorrer

relativamente a horários nobres com o PCP ou com o Bloco de Esquerda.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso é grave para o País e para a democracia.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E também para o próprio Partido Socialista!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É que, Sr. Primeiro-Ministro, o PS que hoje encontrámos neste

debate parece fingir que não teve responsabilidades políticas em 13 dos últimos 17 anos.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Parece que não foi com o PS e pela mão do PS que foi necessário

chamar a troica; que não foi com o PS e pela mão do PS que ficámos com um défice excessivo, com um

problema sério de contas públicas que conduziu Portugal a uma situação de quase protetorado; que não foi

pela mão do PS que a dívida quase duplicou.

Fingir isto, Sr. Primeiro-Ministro, não resolve nenhum problema mas, mais grave ainda do que este

fingimento político, é não apresentar qualquer tipo de alternativa credível que possa reencontrar Portugal e os

portugueses e também ajudar esta maioria a resolver seus problemas, que são muito difíceis.

Dito isto, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de deixar-lhe uma pergunta.

Sabendo nós que, daqui por oito dias, Portugal terá em curso uma difícil negociação, sabendo nós que

essa negociação relativa ao reembolso dos nossos empréstimos é muitíssimo importante para o País e para

os portugueses, a pergunta que certamente estão a fazer, e farão, esses mesmos portugueses, que hoje nos

estão a ver, é a seguinte: o que é que ganhariam os portugueses, aqueles que vivem com dificuldades, as

empresas, os desempregados, os trabalhadores, as famílias, se essa negociação fosse feita debaixo de uma

crise política, com um governo de gestão, como o Partido Socialista hoje deseja?!

Quais seriam as consequências para os portugueses se a irresponsabilidade desta moção de censura

fosse aprovada e de que forma poderia o Governo português estar numa negociação que é difícil, para não

dizer decisiva, para o futuro coletivo de todos nós? É disso que o Partido Socialista se esquece, por muito que

distribua cartas, ainda que sejam datadas do dia 3 de abril, que curiosamente é o dia de hoje.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PCP.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o tempo é curto e não nos

vamos dispersar com juízos críticos sobre considerandos, sobre o tempo e o modo da apresentação da moção

pelo PS, vamos situar-nos fundamentalmente no seu objeto, na sua conclusão.

Há muito que se justifica e impõe a demissão do atual Governo.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Dissemo-lo em devido tempo, confirmamo-lo agora.

Um Governo cada vez mais isolado, desacreditado e sem legitimidade para concretizar a política que está

a impor ao povo português.