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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Acresce, Sr.ª Presidente, que inúmeras matérias obrigam a maioria e o maior partido da oposição a uma

relação política que respeita as respetivas diferenças, mas protege o que é de interesse nacional, como, para

não ir mais longe, a política europeia, a política atlântica, as questões de Estado, as questões em que o

sentido de Estado mais é necessário, as matérias que reclamam votação reforçada, quaisquer situações em

que o País precise da máxima responsabilidade em tempos de grande dificuldade.

Ou seja, vale a pena não levar longe demais esta ideia da «rutura definitiva». Quando Portugal ainda está

sob protetorado, precisamos mais de consenso do que de divisão,…

A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Muito bem!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — … precisamos mais de soluções do que de

moções.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Evitemos, por isso, todos, esta teoria, porque Portugal merece outra atitude e outra grandeza, dada a sua

muito difícil circunstância.

Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Só falta perguntar se o PS dança!

A Sr.ª Presidente: — Para a intervenção de encerramento do debate, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos

Zorrinho.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e

Srs. Deputados: Chegados ao fim deste debate, podemos já extrair quatro conclusões.

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — A primeira conclusão é a de que este Governo e esta maioria estão

esgotados, não têm rumo nem soluções para o País. São parte do problema, já não contam para a solução.

Aplausos do PS.

A segunda conclusão é a de que o PS teve e continua a ter razão.

Desde o primeiro momento, dissemos que o caminho do empobrecimento era um caminho errado.

Consolidar sem crescer, tratar das finanças sem cuidar da economia — erros tremendos para os quais o PS

avisou, mas aos quais o Governo e a maioria fizeram «ouvidos de mercador».

A terceira conclusão é a de que este Governo e esta maioria estão em absoluto estado de negação. De

tanto repetirem factos que não aderem à realidade, por vezes até parece que já acreditam nesses factos. O

problema, no entanto, são os números. Os números são avassaladores e depressa destroem a vossa fantasia

e o vosso mito.

A quarta conclusão é a de que existe uma alternativa para Portugal, uma alternativa séria, credível e

aplicável no contexto da participação plena de Portugal no processo europeu.

Já voltarei a estas conclusões e às consequências lógicas que delas quero retirar, mas, antes, gostava de

sublinhar aqui um facto muito importante deste debate.

Refiro-me, em particular, ao estranho papel desempenhado pelo CDS-PP neste debate, nesta maioria e

neste Governo. O CDS-PP é uma espécie de «partido bailarino», ora dentro, ora fora,…