4 DE ABRIL DE 2013
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funções e deitar a perder a enorme e, talvez, única oportunidade de, dentro de dias ou semanas, o nosso País
obter um calendário de reembolsos dos empréstimos mais favorável e mais realista.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Acredita o Partido Socialista que os credores dariam confiança a um país sem governo em plenitude de
funções? Acredita o Partido Socialista que um governo sem poder político efetivo obteria dos credores novas
maturidades e condições melhores para os reembolsos?
O Sr. António José Seguro (PS): — Está tudo tratado!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr.as
e Srs. Deputados do maior partido da
oposição, não estamos a falar de trocos, estamos a falar de reembolsos de 16 500 milhões de euros em 2015,
quase 20 000 milhões de euros em 2016 e nada menos do que 22 000 milhões de euros em 2021. Alterar,
distender, suavizar a parcela pública destas maturidades é uma prioridade nacional, não do Governo, mas do
País, que não merece uma moção de censura que colocaria, evidentemente, em risco um resultado favorável.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Só por lapso ou ingenuidade o PS pode ter escolhido este momento. Os portugueses saberão avaliar se o
Partido Socialista colocou em primeiro lugar o interesse partidário ou o interesse nacional.
Protestos do PS.
A segunda fragilidade da moção de censura tem precisamente a ver com a consequência da moção de
censura, se ela tivesse como consequência e como é suposto o partido proponente pretender que tenha
eleições antecipadas. Qualquer observador atento reparou que o maior partido da oposição demorou uns dias
a oficializar a óbvia consequência do seu gesto. Se propõem uma moção de censura é porque querem
eleições.
Risos do Deputado do PS António José Seguro.
A pergunta que, mais uma vez lamentando, deve ser feita é esta e é preocupante: estando Portugal a cerca
de um ano do fim do programa de assistência, tendo os portugueses feito esforços enormes para cumprir com
a palavra dada pelo Estado, sendo tão vexatório o protetorado a que a governação anterior nos levou, está o
maior partido da oposição consciente de que a realização de eleições conduziria, com razoável grau de
probabilidade, a um segundo programa e a um segundo resgaste? Ou seja, a mais tempo de protetorado e
mais dificuldades para as empresas e para as famílias!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não creio que haja evidência que o maior partido da oposição possa apresentar nos termos da qual um
segundo programa ou um segundo resgate fosse mais favorável do que o primeiro e aquele que está em vigor.
Pode o Partido Socialista ter escolhido, de momento, este caminho, esperemos que seja de momento e
que arrepie deste caminho.
A terceira fragilidade da moção de censura decorre da anterior, mas é, em si mesma, problemática. Se o
PS visa a substituição do Governo em eleições deve ter, no essencial, uma alternativa externa e interna para
propor. Ora, parece meridiano reconhecer que o PS não a tem…
Risos do PS.