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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Aplausos do BE.

Sr.as

e Srs. Deputados, a demissão do Governo é inevitável. Não há remodelação, mesmo que

mediaticamente assistida, que salve o Governo. Não há alternativa à realização de eleições. Para resolver a

crise não há alternativa que não seja ouvir o País.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — Face a esta crise, o Bloco de Esquerda está do lado da solução, da

responsabilidade e da alternativa. E a esquerda tem um programa exigente. Não basta romper com o

Governo, é preciso recusar as políticas de austeridade e do Memorando para levantar a economia, multiplicar

o emprego, recuperar salários e pensões, tirar o País da crise, restabelecer, enfim, a soberania na condução

política de Portugal.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — Sem responder a esta exigência, esta moção de censura esgota-se no final

do dia de hoje.

Da esquerda, de toda a esquerda, o País espera bastante mais: espera a responsabilidade de construirmos

uma alternativa para o presente e para o futuro!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Sr. Deputado Bernardino Soares, do PCP.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, devo dizer que tinha previsto fazer um pedido de

esclarecimento ao Sr. Deputado Francisco de Assis, mas como já não dispunha de tempo para responder não

o pude fazer.

Queria começar por dizer que é verdade, este Governo está no fim da linha e, pior do que isso, deixou o

País no fim da linha.

Isso verifica-se até na falta de argumentos, de novas ideias e de novas perspetivas que evidenciaram neste

debate. É por isso que a censura, a exigência da demissão do Governo e da convocação de eleições são

justas e devem ser apoiadas. Já tínhamos chegado a essa conclusão e vemos que, finalmente, o PS também

chegou à mesma conclusão.

Mas devo dizer que, ao contrário do que o Sr. Deputado disse, o Governo não é incapaz, nem

verdadeiramente se enganou ou falhou as suas perspetivas e previsões, porque o objetivo do Governo é

mesmo concentrar a riqueza nuns poucos,…

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — … porque o objetivo do Governo é mesmo baixar salários e reformas,

porque o objetivo do Governo é mesmo financiar o setor financeiro à custa dos contribuintes, do Orçamento do

Estado e de todos os portugueses, porque o objetivo do Governo é mesmo destruir as funções sociais do

Estado, porque o objetivo do Governo é mesmo privatizar empresas públicas essenciais. Aquilo a que o Sr.

Deputado chamou de «política económica recessiva do Governo» é intencional porque quer significar um

aumento do desemprego que sirva como alavanca para a diminuição dos direitos dos trabalhadores e para a

diminuição dos seus salários.

Vozes do PCP: — Muito bem!