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I SÉRIE — NÚMERO 73

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É por isso que, neste momento, temos toda a legitimidade para surgir aqui com a apresentação desta

moção de censura. É evidente que temos consciência das dificuldades, é evidente que bem sabemos o

contexto europeu internacional em que estamos inseridos e, é óbvio, bem sabemos qual é a situação do País.

Vozes do CDS-PP: — Haja alguém!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Por isso mesmo, o Sr. Primeiro-Ministro não ouviu o líder do PS a dizer

«mude-se de Governo que os problemas desaparecem magicamente». Isso foi o que o senhor fez, na altura

em que quis derrubar, e derrubou, o Governo do Partido Socialista!

Aplausos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro não ouvirá desta bancada um discurso dessa natureza, por recurso a uma espécie

de pensamento mágico: muda-se de maioria e tudo muda. Nós bem sabemos que não!

Nós bem sabemos que há um árduo caminho a percorrer na Europa, numa Europa em que, infelizmente,

as nossas posições estão longe de serem maioritárias e há um esforço sério a levar a cabo. Mas alguém,

algum dia, tem de iniciar esse esforço; alguém, algum dia, na Europa, tem de dizer que as coisas vão mal,

porque vão mal, Sr. Primeiro-Ministro. Vão mal!

Aplausos do PS.

Quando olhamos para a Itália, a Espanha, a França, ou mesmo quando começamos a olhar para a

Alemanha, alguém tem de dizer que as coisas vão mal e é preciso que nos reconciliemos, de facto, com o

futuro e com a esperança. Temos de o fazer com um discurso sério, com um discurso rigoroso.

Nunca ouvi ninguém, no Partido Socialista, a preconizar que não nos preocupássemos com a redução da

dívida pública ou com o controlo do défice orçamental.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Oh!… Olhe para o lado!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Deputados — alguns não estiveram aqui, é

verdade —, convirá recordar-lhes que foi justamente com um Governo do PS (esses Governos que tanto

estigmatizam) que tivemos o valor mais baixo do défice orçamental da nossa democracia. Isso aconteceu há

alguns anos.

Aplausos do PS.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — E o mais alto!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — É Verdade! Também é verdade, como os senhores sabem. Mas

também não ignoram a gravíssima crise internacional com que fomos confrontados.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Ministro das Finanças acabou de dizer justamente — na ótica dele, que respeito — que a resposta

que foi dada à crise foi errada. Mas haverá de convir, Sr. Ministro, que foi a resposta preconizada pelo G20, foi

a resposta dos Estados Unidos, foi a resposta da Europa, foi a resposta de todos a uma crise profunda com

que estávamos então confrontados. Não foi uma resposta só nossa!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Queira fazer o favor de terminar, Sr. Deputado.