I SÉRIE — NÚMERO 73
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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Depois, nessa altura, será preciso cortar ainda mais do que agora —
mais salários, mais pensões. E o PS estaria lá, para estar outra vez alegremente contra tudo e contra todos.
Não, Srs. Deputados. Esta sina tem que acabar!
Aplausos do PSD.
Não por causa do PS, não por causa do PSD, mas por causa dos portugueses,…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … dos jovens, das mulheres e dos homens deste País que querem ter
uma oportunidade de emprego e não têm, dos empresários que querem financiar-se e não conseguem!
O País não está a precisar de soluções avulsas, o País não aguenta mais politiquice.
Esta moção é frouxa porque não carrega consigo uma verdadeira alternativa. Parar a austeridade,
renegociar todo o Memorando, não fazer as reformas dos sistemas públicos e do funcionamento do Estado,
não reduzir estruturalmente a despesa pública, não cumprir as metas do défice, continuar a ter mais troicas e
mais resgates, isto não é um programa político, mas, sim, um programa de destruição do nosso futuro!
Aplausos do PSD.
Srs. Deputados — e Srs. Deputados do Partido Socialista em especial —, será que não somos capazes de
aprender com os erros do passado?
Vamos ser sérios.
Alguém acredita que o Dr. António José Seguro, acaso lançasse o País numa crise política donde saísse
Primeiro-Ministro, tinha argumentos para, num ápice, resolver a crise europeia, mudar o pensamento e o
consenso europeu? Faria o Dr. Seguro o que o Dr. Hollande não foi capaz de fazer?! E conseguiria o Dr.
Seguro, depois de romper com este Memorando, financiar o Estado português com novas condições que ele
próprio escolheria? Com que credibilidade? Aquela que resulta da circunstância de ser apologista de não
cumprir o que o seu próprio partido subscreveu?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Com que garantias? Dizendo que não tem coragem de assumir medidas
impopulares? Dizendo que vai já a correr baixar o IVA da restauração? Dizendo que vai já a correr aumentar
salários? Seriam essas as garantias iria dar a quem nos iria financiar? E era esse o sinal que iriai dar aos
mercados?
Srs. Deputados, se um Governo que cumpre, um povo que resiste e luta todos os dias para que o País
cumpra, já tem tantas dificuldades em acertar com os nossos parceiros internacionais políticas menos
restritivas, que espaço de manobra teria um Governo que optasse por romper com a palavra dada?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.as
e Srs. Deputados, o PSD continua empenhado em ver a troica fora
de Portugal em maio do próximo ano. O PS quer partilhar com a troica a próxima década — talvez por isso
lhes escreva tantas cartas!
Já agora, Dr. António José Seguro, não acha demasiado tacticismo anunciar nos jornais uma carta que,
afinal de contas, não existia e só enviou 10 dias depois?! Foi apenas e só para ser notícia!
Vozes do PSD: — Uma vergonha!