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I SÉRIE — NÚMERO 73

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — Os senhores falam de alternativa. E perguntamos: a alternativa que o

Governo tem para dar a Portugal e aos portugueses é esta política, são as consequências desta política? Os

sacrifícios que eram para dois anos são, afinal, como o Sr. Ministro agora reconhece, para uma geração?

Isto significa, Sr. Ministro, que, com este Governo, não há alternativa. Mas os portugueses têm uma

alternativa, que saberão e serão capazes de construir, desde que se imponha a solução democrática que se

exige, que é dar a palavra ao povo, em eleições. É que se os senhores dizem que não há alternativa, deixem o

povo decidir, e verão se há alternativa ou não há!

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro Vítor Gaspar, o senhor terminou a sua

intervenção falando de verdade e de responsabilidade. Mas, de verdade, o conteúdo do seu discurso nada

teve. É que, quando fala em sucesso, vemos, na realidade, o falhanço. O falhanço de todas as metas que se

tinha proposto cumprir: o falhanço no cumprimento do défice, o falhanço no cumprimento da dívida, o falhanço

no cumprimento do desemprego, o falhanço no cumprimento da recessão. No final deste ano, todos estes

falhanços dão mais de 1 milhão de desempregados e um empobrecimento do País de mais de 7%.

Ora, se falha em falar de falhanços, a verdade não está consigo, porque a sua boca fala em sucessos, mas

é de falhanços a sua responsabilidade.

Passo agora para a segunda parte do seu discurso: responsabilidade.

Qual a sua cota-parte de responsabilidade na crise económica, na crise social e na crise política? Não

ouvimos aqui nenhuma mea culpa, nenhuma responsabilidade do Sr. Ministro das Finanças, e é disso que se

está a falar, da responsabilidade do Governo, do Ministro das Finanças na maior tragédia económica

conhecida em democracia; da responsabilidade deste Governo no enorme disparar do desemprego e da

pobreza em Portugal; da responsabilidade deste Governo numa crise política que só se resolve de uma forma:

devolvendo a voz ao povo, com eleições para, de uma vez por todas, acabar com este Governo que não tem

mais hipótese de ter qualquer fôlego, porque é ele que está a tirar o ar ao País!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças, que dispõe

de muito pouco tempo para o efeito.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, procurarei ser muito breve, respondendo às

várias questões de forma agrupada.

O Sr. Deputado João Pinho de Almeida falou da necessidade de adaptar o ajustamento à realidade e

viabilizar a estratégia financeira de Portugal. Tem toda a razão. Essa é uma questão que se coloca desde o

início do Programa de Ajustamento e este Governo viabilizou com sucesso, reconhecido por sete exames

regulares, a estratégia que foi negociada pelo Partido Socialista.

O Partido Socialista esteve no Governo na maioria do tempo dos últimos 15 anos. Durante todo este

tempo, o Partido Socialista beneficiou de condições incomparavelmente mais favoráveis do que as que

vivemos hoje. Em todo este período, o Partido Socialista apregoou crescimento; em todo este período,

Portugal foi dos países que menos cresceu na área do euro.

Não é possível negar que a estratégia do Partido Socialista falhou.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro, do PSD.