5 DE ABRIL DE 2013
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Por isso, Portugal e a ciência precisam de um outro caminho, precisam de um outro rumo, de um caminho
que volte a introduzir a esperança, de um caminho que volte a introduzir a estabilidade e a reforçar a
capacidade para continuarmos a inovar e a competir com o que de melhor há no mundo, para continuarmos a
lançar iniciativas pioneiras, imprescindíveis à modernização e imprescindíveis a Portugal.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Elza Pais, inscreveram-se, para pedir
esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Maria José Castelo Branco, do PSD, e o Sr. Deputado Miguel Tiago, do
PCP.
Tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Maria José Castelo Branco.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Elza Pais, ao ouvi-la, não
posso deixar de concordar que, efetivamente, o objetivo principal deste Governo é orientar o País para um
caminho de sustentabilidade e em que sejam estabelecidas regras segundo as quais o dinheiro de que se
dispõe seja investido nas áreas prioritárias.
Mas, Sr.ª Deputada, tenho de lhe relembrar que o nosso País vive um período de grandes dificuldades
económicas, o que significa que temos de saber fazer muito mais com menos, ou seja, ninguém, neste
momento, seja em que área for, dispõe dos montantes que desejaria.
Portanto, impõe-se rentabilizar quer recursos humanos, quer recursos económicos, nomeadamente nas
áreas de investigação, naquelas que são prioritárias para o Portugal de hoje e para o Portugal do futuro. Por
isso, impõe-se definir quais as áreas que, em termos económicos, terão maior aplicabilidade e que se poderão
também converter, em termos de futuro, em rentabilidade e emprego, porque é disto que necessitamos.
Assim, os desafios do futuro que a Sr.ª Deputada Elza Pais referiu são efetivamente enormes, são difíceis
e, entre eles, estão as linhas de investigação. Ora, o que tem estado a ser pedido aos laboratórios é que as
suas linhas de investigação sejam aquelas que terão maior aplicabilidade na nossa sociedade de hoje, porque
é disso que necessitamos, é disso que a nossa sociedade necessita.
Temos que definir porque temos que gerir e rentabilizar os discursos disponíveis. Precisamente por causa
dessa preocupação têm estado a ser investidos, nomeadamente nas bolsas e nas bolsas pós-doutoramento,
montantes muito superiores àqueles que eram investidos e as candidaturas têm estado a ser analisadas em
períodos muito mais reduzidos para obviar e viabilizar todas as linhas de investigação que estão a ser
destacadas como prioritárias.
É isso que está a ser definido, ou seja, quais são, neste momento, as áreas prioritárias para o nosso País,
porque, num período em que nos estão a ser pedidas reduções, temos, efetivamente, que ser exigentes e
intransigentes na definição das áreas prioritárias.
Referiu também a FCT. Por exemplo, está a ser claramente reduzido o período de análise das candidaturas
à FCT e os reembolsos e os pagamentos estão a ser acelerados, porque é isso que se impõe para viabilizar
essas ditas linhas de investigação.
Quanto ao estatuto de bolseiro, a Sr.ª Deputada sabe muito bem que as alterações se arrastavam durante
anos.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Este Governo está já a promover alterações ao estatuto do bolseiro, nomeadamente, como tem
conhecimento, no sentido de uma maior proteção da posição dos mesmos relativamente ao comportamento
dos orientandos e dos doutoramentos que estão em curso.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais, para responder.