I SÉRIE — NÚMERO 74
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De facto, o Sr. Deputado referiu 160 novas substâncias que integram agora a lista de proibição, mas a
questão, como foi referido, é que resolver o problema destas 160 substâncias não vai resolver o problema das
que se seguirão e que vão ser, seguramente, manipuladas para criar, precisamente, a mesma dificuldade, se
não formos capazes de, também nesta estratégia, perceber e identificar por que é que passamos para os
consumos destas substâncias e, no limite, interrogarmo-nos, sem fugir ao debate, sobre a razão por que
determinadas substâncias continuam proibidas, quando o seu grau de perigosidade e de adição é muito
menor, empurrando muitos jovens para um consumo de drogas substancialmente mais perigosas.
Penso que não nos devemos furtar a esse debate e não se trata de uma radicalização nem nada que se
pareça, trata-se de discutir e discutir significa perceber se, da forma como vamos lidar com esta estratégia,
entre o binómio prevenção/repressão, mas também o reconhecimento da capacidade de escolha e de que há
outras áreas que têm de ser abordadas, não estamos a fazer de menos e não temos de reforçar a nossa
resposta a problemas que toda esta Câmara reconhece como válidos e importantes.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Simão Ribeiro.
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, infelizmente, aceitando,
elogiando e agradecendo todas as questões que me foram colocadas, não posso iniciar a minha resposta sem
a constatação de um facto objetivo. É que, mais uma vez, nesta Câmara e, mais uma vez, em relação a esta
matéria, perdoem-me a expressão, «é muita parra e pouca uva».
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Isso é o Governo!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Quantos mais jovens precisam de falecer para estes senhores
deixarem de dizer que temos de debater e procurar soluções?! As soluções estão no diploma que
apresentámos, na iniciativa legislativa.
Mas, Srs. Deputados, deixem-me esclarecê-los quanto a uma matéria que tem de ser aqui desconstruída,
que já há muito vem sendo esclarecida na Comissão de Saúde e sobre a qual os senhores teimam em dizer
inverdades.
Sr.ª Deputada Paula Santos e Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, é verdade que a dotação orçamental do
antigo IDT e atual SICAD passou de 36 milhões de euros/ano para 10 milhões de euros/ano. É verdade! Mas
também não é menos verdade que a dotação orçamental para as ARS (Administração Regional de Saúde)
subiu de 101 milhões de euros para 135 milhões de euros.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não é verdade o que está a dizer!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — E também não é menos verdade que a dotação orçamental
global para as matérias da toxicodependência passou de 59 milhões de euros, em 2012, para 61 milhões de
euros, em 2013.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sabem qual é a nossa diferença? É que, para os senhores,
estratégia de toxicodependência é manter um conjunto de edifícios em Lisboa, centralista, de planificação;…
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não seja demagógico!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — … para nós, a melhor e maior prevenção, a melhor e maior ação
nesta matéria é o reforço de verbas para a ação no terreno, precisamente onde os jovens e os
toxicodependentes mais precisam delas.