O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 74

28

De facto, o Sr. Deputado referiu 160 novas substâncias que integram agora a lista de proibição, mas a

questão, como foi referido, é que resolver o problema destas 160 substâncias não vai resolver o problema das

que se seguirão e que vão ser, seguramente, manipuladas para criar, precisamente, a mesma dificuldade, se

não formos capazes de, também nesta estratégia, perceber e identificar por que é que passamos para os

consumos destas substâncias e, no limite, interrogarmo-nos, sem fugir ao debate, sobre a razão por que

determinadas substâncias continuam proibidas, quando o seu grau de perigosidade e de adição é muito

menor, empurrando muitos jovens para um consumo de drogas substancialmente mais perigosas.

Penso que não nos devemos furtar a esse debate e não se trata de uma radicalização nem nada que se

pareça, trata-se de discutir e discutir significa perceber se, da forma como vamos lidar com esta estratégia,

entre o binómio prevenção/repressão, mas também o reconhecimento da capacidade de escolha e de que há

outras áreas que têm de ser abordadas, não estamos a fazer de menos e não temos de reforçar a nossa

resposta a problemas que toda esta Câmara reconhece como válidos e importantes.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Simão Ribeiro.

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, infelizmente, aceitando,

elogiando e agradecendo todas as questões que me foram colocadas, não posso iniciar a minha resposta sem

a constatação de um facto objetivo. É que, mais uma vez, nesta Câmara e, mais uma vez, em relação a esta

matéria, perdoem-me a expressão, «é muita parra e pouca uva».

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Isso é o Governo!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Quantos mais jovens precisam de falecer para estes senhores

deixarem de dizer que temos de debater e procurar soluções?! As soluções estão no diploma que

apresentámos, na iniciativa legislativa.

Mas, Srs. Deputados, deixem-me esclarecê-los quanto a uma matéria que tem de ser aqui desconstruída,

que já há muito vem sendo esclarecida na Comissão de Saúde e sobre a qual os senhores teimam em dizer

inverdades.

Sr.ª Deputada Paula Santos e Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, é verdade que a dotação orçamental do

antigo IDT e atual SICAD passou de 36 milhões de euros/ano para 10 milhões de euros/ano. É verdade! Mas

também não é menos verdade que a dotação orçamental para as ARS (Administração Regional de Saúde)

subiu de 101 milhões de euros para 135 milhões de euros.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não é verdade o que está a dizer!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — E também não é menos verdade que a dotação orçamental

global para as matérias da toxicodependência passou de 59 milhões de euros, em 2012, para 61 milhões de

euros, em 2013.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sabem qual é a nossa diferença? É que, para os senhores,

estratégia de toxicodependência é manter um conjunto de edifícios em Lisboa, centralista, de planificação;…

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não seja demagógico!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — … para nós, a melhor e maior prevenção, a melhor e maior ação

nesta matéria é o reforço de verbas para a ação no terreno, precisamente onde os jovens e os

toxicodependentes mais precisam delas.