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I SÉRIE — NÚMERO 74

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um bom gestor, aliás, basta olharmos para o seu património degradado e para o encerramento do seu

hospital.

Por isso, compreendemos a preocupação de autarcas e da população, que querem ver uma luz ao fundo

túnel, uma resolução para a abertura do hospital, sendo que estamos a pouco mais de um mês da

comemoração do feriado municipal, que significa precisamente a reabertura do seu hospital termal.

Por isso, no projeto de resolução plasmamos estas nossas preocupações, tal como, de certa forma, o faz o

projeto de resolução do Partido Socialista. Não poderemos acompanhar da mesma forma os restantes projetos

de resolução, apresentados pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, pois preveem uma suspensão imediata desta

reorganização.

VV. Ex.as

, provavelmente, desconhecem o muito trabalho que os autarcas e as comissões de utentes têm

feito neste sentido. Quando temos, neste momento, sobre a mesa várias propostas que apontam para uma

resolução quer quanto ao hospital termal quer quanto ao seu património, o PSD não pode, de maneira

nenhuma, acompanhar os vossos projetos de resolução.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para fazer a apresentação do projeto de resolução da autoria do

Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A reorganização hospitalar do Oeste é

mais um exemplo, e um bom exemplo, da ação do Governo para desmantelar o Serviço Nacional de Saúde.

O encerramento dos serviços origina menos acesso, menos saúde e mais dificuldades para as populações.

É isto que as populações, as comissões de utentes, os autarcas e os profissionais de saúde têm dito sobre

esta reestruturação hospitalar. Não vamos ignorar aquilo que está à vista de todos: é isto que têm dito!

O PSD e o CDS apresentam-nos um projeto de resolução — e acabámos de ouvir a Sr.ª Deputada Maria

Conceição Pereira dizer que não vão acompanhar os outros projetos de resolução —, mas, Srs. Deputados,

trata-se de um projeto de resolução que não diz nada. Vamos ver, em concreto, o que é que ele propõe e o

que é que resolve.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Diz que fará sol se não chover!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Resolve uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Assim não

vamos lá, Srs. Deputados!

Podemos fazer aqui grandes e rigorosos discursos sobre a importância do Hospital Termal das Caldas da

Rainha, sobre a necessidade de atender àquilo que diz a população, sobre as inúmeras reuniões que têm sido

feitas, mas, Srs. Deputados, o mínimo que se pede é qualquer coisa de concreto. Pede-se qualquer coisa de

concreto e não evasivas!

Por isso, Sr.as

e Srs. Deputados, o Bloco de Esquerda é muito claro no seu projeto de resolução. Aquilo que

propomos vai, sim, ao encontro daquilo que quer as populações, quer as comissões de utentes, quer os

autarcas, quer os profissionais de saúde propõem.

Em primeiro lugar, propomos a suspensão da reorganização hospitalar do Oeste — é possível fazê-lo,

porque essa reorganização não está completa sequer, Sr.as

e Srs. Deputados. E porquê? É que o PSD diz, no

seu projeto de resolução, que, certamente, a pretensão do Governo referente à reorganização «(…) não pode,

de forma alguma, colocar em causa a qualidade da prestação dos cuidados de saúde às populações em

geral», aludindo também ao que foi assinado com a troica. O problema é que esta reorganização põe mesmo

em causa os cuidados e a prestação de cuidados de saúde às populações. Esta é a realidade! Este é o busílis

da questão, Srs. Deputados!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Põe em causa o acesso aos cuidados de saúde das populações!