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5 DE ABRIL DE 2013

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O Sr. Deputado Jorge Machado está todo entusiasmado!

Deixava aqui esta sugestão: apanhamos todos o cacilheiro para a margem sul, vamos visitar as autarquias

da CDU e ver nos regulamentos municipais quais são as grandes superfícies que estão encerradas nesses

dias. Vamos lá ver isso!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Por outro lado, os senhores «enchem a boca» para falar dos direitos dos trabalhadores, que tanto

respeitam, e querem, por via administrativa, impor uma limitação àquele que deve ser o primeiro direito de

qualquer trabalhador: o direito ao trabalho. Isto é, o direito de o trabalhador, quando quer trabalhar, poder

trabalhar!

Já basta aqueles que hoje, infelizmente, na situação em que o País se encontra — e são muitos — que,

querendo trabalhar, não podem; agora, aqueles que ainda têm emprego e querem trabalhar serem proibidos

de trabalhar porque os senhores administrativamente assim o decidem, é extraordinário!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado Artur Rêgo, já não tem tempo para mais

considerandos.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, termino já, deixando um último considerando: gostaria que

me explicassem o porquê desta seleção de feriados que as pessoas devem respeitar. É que, tirando o dia de

Natal, todos os outros feriados que propõem, que têm de ser respeitados pela sua solenidade, são laicos.

Onde está o vosso respeito pelos feriados católicos, uma vez que a maioria dos portugueses é católica? Não

têm de descansar também aí?

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge

Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, realmente, a democracia-cristã do CDS-

PP está na «rua da amargura», mas já lá irei!

Queríamos começar por saudar e acompanhar o projeto de lei de Os Verdes, que prevê a proibição de

abertura no comércio nos dias 1 de Janeiro, 25 de Abril, 1 de Maio e 25 de Dezembro. Estas não são datas

quaisquer, são datas de uma importância vital para a memória coletiva e que merecem o nosso respeito.

O PCP tem, aliás, uma posição de fundo que é mais abrangente — que Os Verdes também

acompanharam e propuseram, no passado — e que inclui a proibição da abertura das grandes superfícies aos

domingos e feriados nacionais.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Oiça, Sr. Deputado Artur Rêgo! Oiça a resposta à sua pergunta!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — E o fundamento desta posição não se prende apenas com razões

económicas, de concorrência desleal para com o pequeno comércio, porque o pequeno comércio é obrigado a

fechar. Muitas vezes, o patrão é também ele o empregado e, naturalmente, não pode trabalhar nesses dias

porque quer, legitimamente, estar com a sua família. O mesmo não acontece nas grandes superfícies cujas

vozes agora se ouvem novamente. A nossa proposta fundamenta-se, também, por motivos sociais, isto é, o

direito ao descanso, o direito ao lazer e o direito a estar com a família por parte dos trabalhadores —

curiosamente, nenhum destes argumentos foi invocado quer pelo PSD quer pelo CDS-PP, que «enchem a

boca» relativamente à família, mas, quando chega a hora h, ficam-se pelas calendas gregas.