I SÉRIE — NÚMERO 74
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O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Os estudos que conhecemos dizem claramente que as pessoas
passaram pelo programa Novas Oportunidades à procura, honesta e necessariamente — acho que essas
pessoas merecem de nós o maior apoio —, de uma qualificação e receberam uma certificação que o mercado
de trabalho não onera. Portanto, nem lhes dá mais emprego, ou seja, é uma parte da população que não está
menos exposta ao desemprego, nem aqueles que estão empregados estão em condições de ganharem mais.
É isso o que os estudos nos dizem.
O senhor disse aqui que o Governo abortou um estudo da OCDE sobre este caso, o que é verdade. Mas
recordo-lhe os custos desse estudo: pedia-se ao erário público cerca de 4000 €/formando para avaliar o
impacto daquele programa!
O Sr. Acácio Pinto (PS): — Deitou fora um milhão!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Deputado, aquilo que esta maioria fez, no cumprimento daquilo
que sempre disse na oposição, daquilo que escreveu nos seus programas eleitorais e daquilo que levou para o
Programa do Governo, foi acabar com este programa e substitui-lo por um nosso.
É extraordinário, mas eu sabia que isso ia acontecer: o Sr. Deputado veio aqui dizer que este programa
agora fica reduzido ao mínimo. Eu já tinha ouvido o Partido Socialista dizer que as novidades que introduzimos
na portaria em relação aos Centros para a Qualificação eram para mudar de nome e ficar tudo igual. Ao
menos aqui reconheceram, o Partido Socialista e o Sr. Deputado, que se reduziu aquilo que era preciso
reduzir.
Sr. Deputado, o que estes Centros vão fazer para aqueles que se querem qualificar é olhar para o seu
percurso de vida, olhar para o seu currículo e dizer: o vosso melhor percurso é nesta escola profissional, é
aqui no ensino secundário, é aqui no politécnico… Portanto, vão fazer verdadeiramente um encaminhamento,
algo que a Novas Oportunidade não fazia.
Sr. Deputado, teremos ainda, com certeza, muitas oportunidades para discutir este assunto ao longo deste
ano.
Sr.ª Deputada Rita Rato, em primeiro lugar, em relação aos agrupamentos, recordo-lhe que o Governo,
quando tomou posse, suspendeu a criação de novos agrupamentos, foi ouvir quem tinha de ouvir e, depois,
naturalmente, decidiu, como lhe competia.
Refiro-lhe, no entanto, que o facto de os agrupamentos estarem agregados de forma a melhor garantirem a
eficácia dos recursos públicos assegura também que os alunos ficam menos tempo sem aulas, que os alunos
ficam menos tempo sem psicólogos, por exemplo. Aliás, neste ano letivo, o Governo colocou os psicólogos
nas escolas mais cedo do que sucedeu nos últimos anos, o que é, com certeza, uma boa notícia.
Em relação à Parque Escolar, sei que o Partido Comunista Português sempre defendeu a extinção da
empresa, mas também há de convir que nós, na oposição, nunca nos associámos a isso. É que o problema,
Sr.ª Deputada, não está em ser uma empresa, uma direção-geral ou em estar na dependência direta do
Ministério da Educação. O problema da Parque Escolar, Sr.ª Deputada, é claramente a megalomania.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Repare que este Governo pegou em 6 milhões de euros e retirou o fibrocimento em 52 escolas por todo o
País.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bastava uma única obra da Parque Escolar custar menos um
bocadinho e estes 6 milhões de euros já podiam ter sido aplicados há um, dois, três ou quatro anos, não
expondo os nossos jovens à substância que o fibrocimento contém.
O problema não é ser empresa, direção-geral ou instituto público,…
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — É, é!