I SÉRIE — NÚMERO 78
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Começamos por dizer que atribuímos a esta matéria da estabilização das encostas de Santarém uma
grande importância, não apenas do ponto de vista da cidade de Santarém, mas porque consideramos que se
trata de um projeto com uma importância nacional.
Diria que aquilo que era necessário estudar, escrever e projetar relativamente à estabilização das encostas
está feito. Inclusivamente, há uma estimativa dos custos e há já um levantamento, que envolveu diversas
entidades de âmbito governamental e a autarquia local, daquilo que é necessário fazer para garantir a
segurança e a estabilização das encostas de Santarém.
Como todos sabemos, na passada Legislatura, aprovou-se uma resolução, da nossa iniciativa, que teve um
texto comum, acordado por todos os grupos parlamentares. Importa, pois, neste momento, do nosso ponto de
vista, reiterar aquilo que foi afirmado por esta Assembleia, por via dessa resolução, na fase final da passada
Legislatura.
O que se passa é que a cidade de Santarém tem caraterísticas geológicas muito particulares. Trata-se de
uma cidade que está assente num planalto, localizado num maciço calcário que reveste grande perigosidade.
Podemos até dizer que, se não fosse a ocupação humana, desde há muitos séculos, em Santarém, aquele
planalto, pura e simplesmente, não existiria.
Existe um projeto, existe um plano global de estabilização, com um custo estimado de 20 milhões de euros,
o que, obviamente — importa dizê-lo —, transcendendo a capacidade da autarquia local e não tendo a
autarquia local a obrigação de, só por si, corresponder a estes encargos, dado que aquilo que está em causa
envolve, pelo menos, três entidades da administração central, particularmente o IGESPAR (Instituto de Gestão
do Património Arquitetónico e Arqueológico), a REFER (Rede Ferroviária Nacional) e a Estradas de Portugal,
não havendo, portanto, razão nenhuma para que tenha de ser apenas a autarquia local a assumir os custos
deste empreendimento, diremos que, a nível nacional, e tendo em conta aquilo que está em causa, se trata de
uma quantia que é tudo menos exorbitante e corresponde a uma indeclinável necessidade, porque, de facto,
na situação em que estamos, uma parte da cidade corre perigo. Já houve populações que tiveram de
abandonar as suas casas — as casas mais expostas ao perigo de derrocada iminente —, há, hoje em dia,
outras habitações que ainda correm perigo e já houve situações em que foi necessário encerrar estradas à
circulação, em virtude de derrocadas que se verificaram. Há, pois, um perigo iminente que tem de ser,
efetivamente, colmatado.
Assim, é necessário que haja uma colaboração entre a Câmara Municipal de Santarém, que, aliás, já
manifestou disponibilidade para isso — cumpre até enaltecer aqui o esforço que a Câmara tem feito, de
sensibilização dos grupos parlamentares, para que este problema seja resolvido e para que a Assembleia da
República reitere a resolução que já tomou sobre esta matéria —, e todas as demais entidades,
particularmente o Governo, que tem aqui um papel insubstituível, na medida em que é necessário captar
fundos comunitários para este efeito e o Governo é a entidade melhor colocada, ou seja, a única entidade bem
colocada para poder resolver esse problema a contento.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Portanto, é necessário que, sem demoras, se reúnam os esforços
necessários para que o plano de estabilização das encostas de Santarém, que está elaborado, tenha
execução e que se garanta, o mais rapidamente possível, que a cidade e as populações não correm perigo,
que este valiosíssimo património é preservado e que estão asseguradas as condições de segurança das
populações e da circulação.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida Neto.
A Sr.ª Margarida Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Começo por
cumprimentar o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Santarém e os Vereadores aqui presentes.
Na sequência da iniciativa parlamentar que o CDS apresentou na Legislatura anterior sobre o problema da
instabilidade das encostas de Santarém e que gerou um projeto conjunto, subscrito pelos vários partidos com