26 DE ABRIL DE 2013
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Esta modalidade de «escravidão» não desapareceu e, seja qual for a escola, não pode continuar a onerar o
futuro dos portugueses e dos europeus.
É preciso reforçar drasticamente a capacidade portuguesa de negociação e de proposta no quadro
europeu, e isso requer uma perceção aguda dos riscos e das oportunidades de ação, presentes no difícil
momento europeu. O argumentário infrator/cumpridor deve dar lugar a um verdadeiro exercício político, à
altura dos valores europeus que inscrevemos na nossa Constituição.
É preciso um novo curso político, um novo curso de esperança. Um novo curso político que se suceda a
um tempo em que as pessoas, as famílias e as empresas foram fustigadas com desemprego, falências, cortes,
empobrecimento, multiplicação da incerteza e dos riscos, perda de confiança, previsões falhadas, metas não
alcançadas, argumentários de refúgio que não convencem, teatralizações que já não resultam.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Alberto Costa (PS): — Como em muitos momentos difíceis que o nosso País já atravessou, a
sociedade está pronta. E por isso, nos dias de hoje, comemorar o 25 de Abril, releva da esperança.
É por isso com esperança que, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, presto homenagem
aos que lutaram para que o 25 de Abril acontecesse, aos que lutaram para que tivéssemos uma Constituição
democrática e para que, acima das leis, lhe pertencesse a supremacia.
Quase 40 anos depois, recordo todos os companheiros que suportaram a prisão, o exílio, as expulsões das
escolas e das profissões, todos os que foram perseguidos, todos os que nesses dias sombrios se levantaram
e disseram «não». Porque eles ergueram a nossa liberdade de dizer «não» agora!
Aplausos do PS e do BE.
Saúdo, em especial, os militares do Movimento das Forças Armadas, que aqui simbolizo na memória, que
a todos nos acompanha, de António Marques Júnior, capitão de Abril.
Aplausos gerais, tendo o PS aplaudido de pé.
O exemplo que nos legaram e o exemplo que ele nos legou, de risco e de coragem em tempo de
obediência e submissão, integra a nossa herança cívica maior.
Na promessa constitucional de igual dignidade para todos os cidadãos viverão connosco as palavras da
Grândola: «Emcada rosto igualdade».
Viva o 25 de Abril!
Aplausos do PS, de pé, do PCP e do BE.
A Sr.ª Presidente da Assembleia da República: — Em representação do Grupo Parlamentar do Partido
Social Democrata, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente da República, Sr.ª Presidente da Assembleia da
República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as
e Srs. Membros do Governo, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, Sr. Presidente do Tribunal Constitucional e Srs. Presidentes dos demais Tribunais Superiores, Sr.ª
Procuradora-Geral da República, Srs. Representantes do Corpo Diplomático, Altas Autoridades Civis e
Militares, Sr.as
e Srs. Convidados, Sr.as
e Srs. Deputados:
Como celebrar, hoje, o 25 de Abril de 1974? Sem dúvida, enaltecendo e ensinando aos mais novos a
importância vital da liberdade de que os portugueses foram privados durante tanto tempo.
No entanto, a liberdade não é um valor abstrato, não pode ser unicamente um enunciado antropológico,
académico ou um mero conceito filosófico. A liberdade dos Modernos consubstancia-se no exercício concreto
e pleno da democracia. Liberdade e democracia são, portanto, os dois lados simétricos da organização política
que queremos ter e que o 25 de Abril nos devolveu.