I SÉRIE — NÚMERO 89
16
Como dizia, passo a ler: «Mais conseguiu o Governo que esta contribuição não seja um benchmark
estrutural, uma opção que o Governo pode e quer evitar para que não venha a ser necessária. E, por isso
mesmo, o compromisso que o Governo assumiu é o de fazer todos os esforços, ministério a ministério,
empresa pública a empresa pública, PPP a PPP, renda excessiva a renda excessiva, verba a verba, com o
único objetivo do interesse público e sem nenhuma concessão aos interesses instalados para que esta medida
não venha a ser tomada. Estamos profundamente empenhados em consegui-lo por razões de justiça social e
de preocupação com o impacto na vida das pessoas e na economia».
Este é o compromisso que o Governo transmitiu ao Sr. Presidente da República e que hoje aqui reafirma
perante o Parlamento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos
Parlamentares: O Sr. Ministro veio agora relembrar-nos o compromisso assumido pelo Sr. Ministro da
Solidariedade e da Segurança Social.
Sr. Ministro, pergunto-lhe o seguinte: mas isso, essas propostas que o senhor aqui evocou, ainda não foi
feito? Então os senhores ainda não analisaram onde é que podem cortar, nas parcerias público-privadas,
ministério a ministério? Dois anos depois de estarem no Governo é que vêm assumir o compromisso de uma
coisa que nos disseram, isto é, que já tinham cortado em todas as áreas possíveis de cortar e que agora
tinham de ir aos salários e às pensões?
Mas nós registamos esse seu compromisso, Sr. Ministro. Aliás, cada vez que um membro do Governo abre
a boca estabelece um compromisso.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — O que nós podemos dizer é que este Governo denota uma grande e
extrema incapacidade de governar, porque governa com base na política do «logo se vê». Ou seja, agora vai
tentar cortar em determinadas áreas, como se não tivesse a obrigação de já o ter feito e depois logo se vê…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira fazer o favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Terminando, quero ainda referir que os três milhões de pensionistas não
ficaram a saber nada sobre o seu futuro e sobre o seu presente, porque têm um Governo que é absolutamente
incapaz de assumir qualquer tipo de compromisso.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, terminado este debate, passamos ao ponto
seguinte da nossa ordem de trabalhos, que consta da apreciação, na generalidade, da proposta de lei n.º
132/XII (2.ª) — Aprova a lei-quadro das entidades administrativas independentes com funções de regulação da
atividade económica dos setores privado, público e cooperativo.
Para apresentar a proposta de lei, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública (Hélder Rosalino): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Passo a apresentar a proposta da lei-quadro das entidades administrativas independentes com
funções de regulação da atividade económica dos setores público, privado e cooperativo.
O presente diploma define o quadro jurídico referente à criação, organização e funcionamento das
entidades reguladoras, consagrando princípios gerais de independência, definindo modelos de governação,