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18 DE MAIO DE 2013

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mobilidade docente, não falou dos horários dos docentes e não falou da qualificação dos portugueses.

Registamos isso.

E, como não falou da qualificação dos portugueses, quero falar-lhe dos portugueses, de milhares de

portugueses que as políticas públicas de educação devem visar, de portugueses que pelas mais diversas

vicissitudes tiveram que abandonar a escola e não concluíram a escolaridade obrigatória.

Sr. Secretário de Estado, neste caso concreto, não vou falar-lhe de dois milhões de trabalhadores

portugueses que não têm o ensino secundário e que precisam de respostas que este Governo extinguiu, mas

quero trazer-lhe um outro número gritante: há 474 483 portugueses na faixa etária dos 15 aos 34 anos que, à

data dos censos de 2011, atingiram como escolaridade máxima o 2.º ciclo. Repito: atingiram como

escolaridade máxima o 2.º ciclo. Para estes portugueses, a «obrigação» era o 3.º ciclo e 9 anos de

escolaridade.

Qual é a palavra que o Sr. Secretário de Estado e, já agora, o Sr. Primeiro-Ministro, o CDS e o PSD têm

para estes portugueses, para a sua qualificação, para a certificação dos seus saberes e conhecimentos?

Ainda acha, Sr. Secretário de Estado, que há professores a mais, ou não será que há alunos a menos?

Portanto, o que pretendo perguntar-lhe é se quer continuar a negar a estes portugueses o seu indeclinável

direito à formação. Sr. Secretário de Estado, não se refugie em abstrações e seja claro, concreto e objetivo.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Gabriela Canavilhas.

A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados:

Meus senhores, venho falar de Matemática, durante 1 minuto apenas, para vos perguntar como se sentem ao

serem os únicos soldados de um exército enorme, constituído pelos principais países desenvolvidos, que

«marcham com a perna trocada» convencidos de que marcham a direito?

É que há muitos exemplos dessa atitude, incluindo o regresso da avaliação do 4.º ano, mas um deles é

especialmente demonstrativo: a revogação do programa de Matemática, que se seguiu à revogação das metas

curriculares.

Antes do fim do ciclo completo de avaliação do anterior programa, que estava inserido num plano amplo de

Matemática e que já revelava resultados muito positivos para Portugal, esta revogação surge e é de tal forma

grave que a Associação de Professores de Matemática apresentou queixa ao Provedor de Justiça, exigindo a

sua anulação. A Associação de Professores de Matemática acusa esta alteração de representar um retrocesso

ao ensino dos anos 70.

A Sociedade Portuguesa de Investigação em Educação Matemática diz mais: que no vosso programa são

reintroduzidos conteúdos matemáticos reconhecidos como desadequados desde a década de 70! Isto é

anacronismo, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Claro, estão na década de 70! É aí que estão!

A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — Essa é a única expressão que nos ocorre quando paramos 1 minuto

para pensar nas políticas de educação.

Srs. Membros do Governo, os vossos maiores adversários não são a oposição política neste Parlamento,

não são as associações profissionais, não são os pais nem os professores, o vosso maior adversário são as

estatísticas e os indicadores de desenvolvimento, que demonstram — claro como numa folha de Excel – …

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas com as linhas todas!

A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — … o progresso educativo positivo que resultou das políticas

educativas do Partido Socialista.

Vozes do PS: — Muito bem!