I SÉRIE — NÚMERO 95
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aumento não é significativo); em segundo lugar, que o ajustamento das taxas sobre o volume de negócios,
que passam de 5% para um regime progressivo até 15%, num setor que está regulado do ponto de vista do
preço e que, portanto, tem um volume de negócios estável, contribui para a consolidação orçamental, para que
os contribuintes não sejam chamados também a fazer essa consolidação. Portanto, temos mais um setor a
contribuir, por uma percentagem maior, para essa consolidação orçamental.
Parece-me justo, parece-me territorialmente mais equilibrado o regime, e as regras, que definimos neste
decreto-lei, sendo que não vamos de todo ao arrepio daquilo que os grupos parlamentares que hoje suportam
a maioria defenderam relativamente à lei de 2011. Estamos a ir completamente em linha com isso,
aprofundando as matérias que, do nosso ponto de vista, deviam ser aprofundadas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Cavaleiro, do PSD.
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Esta
apreciação parlamentar demonstra um problema de base do PCP com o setor privado e com o mercado —
alguma desconfiança a que já nos têm vindo a habituar, uma desconfiança generalizada —, quando sabemos
que existem exemplos positivos em que todos ganhamos com a abertura do mercado.
Neste contexto, a alteração da Lei n.º 11/2011, de 26 de abril, que aprovou o regime de acesso e de
permanência na atividade de inspeção técnica de veículos de motor e de seus reboques e o regime de
funcionamento dos centros de inspeção, pretendeu dar um passo em frente rumo à harmonia preconizada
pelas instâncias europeias, em linha com as boas práticas que vêm sendo adotadas nestes países.
Este decreto-lei surge numa tentativa de aumentar a concorrência no mercado deste setor, como já referiu
o Sr. Secretário de Estado, pela quantidade de concorrentes ao novo concurso.
Sabemos que a Comissão Europeia se prepara para deferir um leque alargado de normas à escala da
União por via das quais se aprofunda o controlo técnico e periódico dos veículos, se estende no âmbito da
aplicação das novas categorias de veículos e se aumenta a frequência dos controlos. Neste quadro, não
podemos deixar de revelar que o nosso País, em comparação, por exemplo, com a Europa a 27, está já
norteado desta tendência, que conduz a um aumento dos índices de segurança nas estradas, desencadeando
muitos efeitos positivos em termos económicos.
Este caminho permitirá a Portugal aumentar as suas normas de segurança e melhorar a qualidade dos
controlos, contribuindo de forma muito relevante para a criação de novos postos de trabalho sustentáveis
neste domínio, é nossa convicção.
Esta nova legislação veio também alargar o universo de veículos sujeitos a inspeção, designadamente
motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 250 cm3, bem como reboques e semirreboques.
Portanto, são aumentados os veículos que passam a ser abrangidos.
Há também uma lógica de cimentar e de ajustamento da contrapartida financeira a suportar pelas
sociedades gestoras dos centros de inspeção em prol do Estado, garantindo, assim, um reforço do regulador e
do IMTT a fim de conferir músculo ao relevante papel que irá assumir neste novo quadro.
Em resumo, nesta matéria vamos ter mais cobertura da rede e vamos ter mais proximidade; o concurso
que entretanto foi anulado permitiu que todos partissem para o novo concurso no mesmo ponto de partida; e
vamos ter mais fiscalização, mais concorrência e mais controlo na instalação dos novos centros.
Nós não somos como os partidos mais à esquerda, não desconfiamos regularmente do mercado.
Risos do PCP.
Acreditamos que com um mercado bem regulado podemos ter melhores soluções, em que todos os
cidadãos podem ganhar.