31 DE MAIO DE 2013
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Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Mota
Andrade.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por felicitar o Bloco de
Esquerda por ter trazido a esta Casa este projeto de resolução.
Como V. Ex.ª, Sr.ª Deputada Helena Pinto, disse, e muito bem, desde 1995 que os relatórios das inspeções
às autarquias, realizados pela IGAL, eram de acesso livre e que a prática era a da divulgação integral dos
documentos, incluindo os anexos, à exceção de matéria que estivesse em segredo de justiça.
Lembro aqui que praticamente há um ano, em 16 de outubro de 2012, o Partido Socialista fez uma
pergunta ao Governo, ao Sr. Ministro das Finanças, das quais, aliás, Sr. Presidente, não tivemos qualquer
resposta, o que lamentamos, mas, infelizmente, é uma prática corrente do Governo não dar resposta às
perguntas dos Deputados.
Essas perguntas eram muito claras.
A primeira visava saber se era intenção do Governo, contra o que dispõe a lei da tutela, não tornar públicos
e esconder dos municípios e dos cidadãos em geral os relatórios das ações inspetivas às autarquias locais.
A segunda visava saber se era intenção do Governo não facultar aos munícipes e aos cidadãos em geral a
possibilidade de apresentarem denúncias online à entidade encarregue do exercício da tutela.
Não tivemos, de facto, resposta. Mas, curiosamente, no final do ano transato — 2012 —, a Inspeção-Geral
de Finanças produziu um conjunto de regras para a divulgação dos seus relatórios, passando a ser norma a
utilização do resumo como elemento de divulgação, resumos esses que passaram a ser previamente
homologados pelo Ministro das Finanças, não podendo ultrapassar, note-se, as 30 linhas e os 1000 caracteres
para as conclusões e mais 1000 caracteres para as recomendações. Sr. Presidente, consideramos, no
mínimo, este despacho ridículo.
Mais: o que está aqui em causa, como a Sr.ª Deputada Helena Pinto disse e muito bem, é a diferença entre
transparência e opacidade; o que está aqui em causa é que os cidadãos, numa sociedade democrática, têm
direito à informação; o que está aqui em causa é que numa sociedade de informação não se compreende esta
medida e, como diz o povo, «quem não deve, não teme». Desde logo, aqueles que são inspecionados pelo
seu bom nome para afastar todas as suspeitas, têm todo o direito a querer que todos saibam a verdade, que
todos saibam a realidade dos factos.
Também deixo aqui uma pergunta muito simples, Sr.ª Deputada…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Conclua, Sr. Deputado, se faz favor.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Termino, Sr. Presidente.
A pergunta é: qual a explicação, porquê este regresso ao passado, tão pouco transparente? Qual a
explicação para haver tanta opacidade, hoje, nessas inspeções?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ângela
Guerra.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No âmbito do compromisso de
eficiência, o Governo determinou como uma das linhas do PREMAC a integração da IGAL na IGF, procedendo
ao respetivo ajustamento das atribuições.
É uma medida estruturante, integrada numa nova fase da reforma da Administração Pública, no sentido de
a tornar mais eficiente e racional na utilização de recursos, eliminando redundâncias, diminuindo custos de
funcionamento e, consequentemente, reduzindo a despesa pública.
Vozes do PSD: — Muito bem!