I SÉRIE — NÚMERO 96
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Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder aos dois pedidos de esclarecimentos, tem a
palavra o Sr. Deputado Miguel Freitas, do PS.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Helena Pinto, no que respeita à questão que
nos coloca, somos favoráveis ao intermunicipalismo e julgamos que essa é uma matéria que deve ser
debatida de forma séria na Assembleia da República. Mas encarámos sempre o intermunicipalismo com um
caráter voluntário, exatamente porque ele não consta da Constituição enquanto uma autarquia.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Para nós, como é evidente, o respeito pela Constituição é aquilo que guia a
nossa ação.
Daí remeto e respondo também à questão do Sr. Deputado Altino Bessa, relembrando que os governos
civis constam na Constituição. Os senhores acabaram com os governos civis, que consta na Constituição, e
queriam criar uma nova autarquia que não consta na Constituição.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do CDS-PP Altino Bessa.
Era isto que os senhores queriam fazer, ou seja, acabar com 18 governos civis para criar 23 comunidades
intermunicipais, com mais despesa pública, com mais despesa pública, com mais despesa pública… Esta é a
questão essencial, Sr. Deputado Altino Bessa.
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — E a fiscalização?
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Estamos verdadeiramente preocupados com o futuro, e queria relembrar
aqui ao Sr. Deputado que o PS, a seu tempo, apresentou a esta Assembleia da República uma proposta
concreta para a discussão da reforma do Estado. Os senhores chumbaram-na e, depois, num rebate de
consciência, apresentaram a esta Assembleia da República a criação de uma comissão eventual para discutir
a reforma do Estado.
Ora bem, Sr. Deputado Altino Bessa, os senhores continuam sozinhos, e pensamos que com a reforma do
Estado vai acontecer exatamente aquilo que aconteceu com a reforma da administração local. Se avançarem
com essa reforma da forma como estão a pensá-la, vamos ter uma reforma falhada. Uma reforma falhada é
aquilo que vamos ter com as propostas e os procedimentos que este Governo e esta maioria propõem a este
Parlamento.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Pinto, do PS, para intervir ao
abrigo do artigo 76.º, n.º 2, do Regimento da Assembleia da República.
O Sr. Acácio Pinto (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Há homens que, por circunstâncias as
mais diversas, dedicam a vida, a sua vida, a uma causa maior, a lutar por um ideal — o da justiça, da
fraternidade e da liberdade universal. São homens que trazem o inconformismo no sangue, que são inteiriços
de coluna e insubmissos a toda a espécie de jugos.
Trago aqui hoje um desses homens, Aquilino Ribeiro, beirão das terras que batizou do demo, natural do
distrito de Viseu.