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7 DE JUNHO DE 2013

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O Sr. João Oliveira (PCP): — O CDS, porque é um partido conservador, quer um «namoro à janela»!

Entretanto, reassumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.

A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra, para uma declaração política, o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Neste momento, enquanto aqui

falamos, decorrem a esta hora negociações no Ministério da Educação entre o Governo e os sindicatos da

área da educação com vista a resolver uma situação que se criou nos últimos dias.

A minha primeira palavra é que dessas negociações saia um acordo que permita evitar a greve anunciada

às avaliações e aos exames.

Aplausos do CDS-PP.

É pena, Srs. Deputados, que não possamos estar aqui hoje a fazer um balanço do ano letivo, que não

possamos avaliar o que correu bem e o que correu mal, que não possamos perguntar-nos quais são as

aprendizagens que estão bem oleadas e quais as que se tem de reforçar, como correm os contratos de

autonomia e como podemos reforçar esse pilar essencial da política educativa, que não nos possamos

debruçar sobre os problemas que encontramos ao fim de um ano do novo Estatuto do Aluno e como resolvê-

los, sobre como correram os exames do 4.º ano e que lições tirar para o futuro, que não estejamos aqui a

discutir o modelo dual de ensino e a educação ao longo da vida, em oposição natural entre aqueles que

defendem e os que não defendem os vários modelos propostos, que não nos possamos questionar sobre

como está o ensino particular e cooperativo, nomeadamente aquele que oferece ensino público, e sobre como

alargar esta oferta para que mais alunos beneficiem de modelos diferentes de construir a escola para todos.

É pena, Srs. Deputados, mas a atualidade ultrapassa aquilo que desejamos e, hoje, é impossível falar de

educação sem dizer que há uma greve no horizonte e que não é uma greve normal.

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Poderíamos até concordar que os sindicatos dos professores, ao

representarem o interesse desses professores, têm razões para fazer greve.

Portugal atravessa um momento difícil com enormes desafios que são pedidos a todos e que se aplicam,

em geral, a todos, mas em particular aos professores, e estamos atentos às questões que afetam a vida dos

portugueses e, em concreto, a forma como os professores sentem esses esforços. Aliás, seria compreensível

que, face a isso, estes sindicatos aderissem à greve geral que reclama mais os interesses de todos os

funcionários públicos, mas, mais uma vez, esta não é uma greve qualquer, é uma greve setorial da educação

marcada para as avaliações e para os exames nacionais.

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Uma greve no dia 17 de junho não é uma greve às aulas de uma

segunda-feira. É uma greve no dia do exame de Português, exame que corre o risco de se realizar sem que os

alunos conheçam as notas de Português, porque está também marcada uma greve às avaliações.

É preciso compreendermos que os exames nacionais e as avaliações são o culminar de um ano letivo em

que todos trabalharam para o sucesso do seu trabalho: os professores a ensinar, os alunos a aprender e as

famílias a acompanhar todo este trabalho.

Que não restem dúvidas: a greve é um mecanismo legítimo e constitucional, mas é também um direito que,

no seu uso, tem sempre de ser ponderado face aos transtornos que gera. Esta greve neste dia põe em causa

o esforço dos alunos, desorienta a vida dos pais e das famílias e apaga o brio do trabalho dos professores.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Ontem, de manhã, o Ministro da Educação esteve na Comissão de

Educação e, ao fim da tarde, o CDS esteve também reunido com vários dos sindicatos, de entre os que

ameaçam fazer esta greve. Algumas notícias importantes gostaríamos de realçar.

É já público o despacho de organização do próximo ano letivo, que inscreve que não há aumento da

componente letiva para os professores, ou seja, que, não obstante o aumento do horário de trabalho para toda

a função pública, os professores continuam a dar o mesmo número de aulas por semana.