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I SÉRIE — NÚMERO 99

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mútua, o qual é fundamental para o sucesso dos professores com os alunos. Penso que isto é fundamental e

que estamos a esquecer uma situação excecional.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — O segundo aspeto que quero focar, e aqui já formulo uma pergunta, é este:

os portugueses percebem hoje que os partidos da oposição, que tanto gritam, e bem, na minha perspetiva, em

defesa da Constituição, esquecem a existência do n.º 3 do artigo 57.º, que admite exceções, quando fala em

«necessidades sociais impreteríveis». Ora, o Supremo Tribunal Administrativo considerou que os exames se

integravam neste n.º 3, «face às consequências devastadoras do seu adiamento», tendo acrescentado esta

ideia àquela redação. Isto foi reconhecido por jurisprudência do Tribunal Constitucional, ao tempo de Maria de

Lurdes Rodrigues e Vieira da Silva. Perguntamos: porquê o silêncio do Partido Socialista? Nega, neste

momento, os seus militantes? Não acreditou neles, quando eram governantes, ou trata-se, pura e

simplesmente, de uma mera situação eleitoralista? Gostava que o Sr. Deputado me desse a sua opinião sobre

isto.

Sr. Deputado, temos a certeza de que, neste momento, na comunidade educativa, os alunos, os

professores e os pais dos alunos são fundamentais. Por isso, perguntamos como é possível avançar com uma

greve às avaliações e aos exames, repito, às avaliações e aos exames, não existindo acordo com os outros

dois entes da comunidade educativa?! Como é possível existir uma situação destas? Como é que,

eventualmente, uma escola pública poderá registar uma situação destas? É bom para a escola pública?

Finalmente, Sr. Deputado, como já ontem fiz, faço um apelo aos sindicatos para que repensem a sua

decisão, pois tem implicações psicológicas não quantificáveis em relação à vida dos alunos durante um

período não determinado. Uma greve de transportes, provavelmente, no dia seguinte, já foi ultrapassada, mas

uma greve desta natureza não se ultrapassa e tem consequências, muitas vezes, desastrosas,

nomeadamente no que se refere à valorização do estudo. Só o anúncio da greve já causou transtornos e

duvido que haja jovens que não tenham sido altamente prejudicados.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Para concluir, Sr.ª Presidente, se me permite, faço apenas esta pergunta: o

Sr. Deputado não acha que podíamos fazer um apelo aos sindicatos para que respeitassem o direito dos

alunos a serem avaliados, conforme o seu planeamento?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Michael Seufert, era necessário chegar a este

momento para ouvir, da parte de um Deputado da bancada do CDS, a sua compreensão com a greve geral da

função pública. Devo registar, porque é um facto insólito, mas é importante, porque, na verdade, demonstra, à

saciedade, que não faltam causas e motivos mais do que justos para realizar greves contra o Governo do CDS

e do PSD.

Quanto às minhas perguntas, em concreto, Sr. Deputado, se não há um alargamento do horário de trabalho

dos professores, se não haverá professores na mobilidade especial, se não haverá recurso ao despedimento

na educação, por que é que o Governo se recusa a garantir isso mesmo em texto legal?!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não vale a pena vir aqui dizer, com voz doce, que o Governo quer amenizar

todas as contradições, procurar superar todos os bloqueios, porque, afinal, só está nas mãos do Ministro da

Educação e do Primeiro-Ministro desbloquear esta situação.