7 DE JUNHO DE 2013
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Este pacote inclui o reforço do regime fiscal de apoio ao investimento, o alargamento dos incentivos fiscais
aos investimentos de natureza contratual, a redução em 30 dias do prazo máximo de resposta das
informações vinculativas e a criação, pela primeira vez, do Gabinete Fiscal de Apoio ao Investidor
Internacional, no âmbito da autoridade tributária, que funcionará em colaboração com a Agência para o
Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Mas este pacote inclui também a criação de um crédito fiscal extraordinário ao investimento, medida que
está hoje em apreciação nesta Câmara e que constitui uma medida de estímulo ao investimento sem
precedentes em Portugal.
Com efeito, o crédito fiscal permite às empresas que invistam em 2013 beneficiarem de uma taxa efetiva de
IRC que pode chegar a 7,5%, isto é, uma das taxas mais baixas e mais competitivas da União Europeia.
Trata-se de um incentivo inédito em Portugal e de uma oportunidade única para as empresas realizarem os
seus investimentos durante o presente ano e, dessa forma, ajudarem o País a voltar a crescer e a criar novos
postos de trabalho.
É um prémio para contrariar a recessão, é um prémio à criação de emprego.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Sendo uma medida transversal a todos os setores
de atividade e a todo o tipo de investimento em ativos novos, este crédito fiscal foi desenhado para funcionar
como um catalisador do investimento, abrindo uma oportunidade para inverter a tendência de queda do
investimento das empresas ocorrida nos últimos anos.
Em particular, esta medida visa incentivar, prioritariamente, as pequenas e médias empresas que já têm
projetos de investimento em carteira — e são muitas — a anteciparem e a concentrarem o investimento já no
ano de 2013.
Por outro lado, esta medida visa reforçar a posição de Portugal no mapa das decisões de investimento das
empresas multinacionais, permitindo que estas concentrem no nosso País investimentos inicialmente previstos
para outros países.
Com a aprovação do crédito fiscal extraordinário ao investimento, Portugal passa a ter, durante o ano de
2013, um dos regimes fiscais mais favoráveis ao investimento na União Europeia.
As primeiras reações do mundo empresarial foram positivas e encorajadoras e praticamente todas as
confederações de empregadores reagiram positivamente a esta medida.
A AICEP constatou já o interesse manifestado por diversas empresas — nacionais e estrangeiras — em
conhecerem esta nova medida para investir em Portugal, beneficiando de uma taxa de tributação muito
competitiva.
Numa altura em que Portugal precisa de concentrar esforços para voltar a crescer e a criar emprego, é
fundamental que as medidas de reforço da competitividade fiscal e de estímulo ao investimento obtenham o
maior consenso social e político possível, nomeadamente dos partidos do arco da governabilidade.
Não é sequer um acordo partidário; é um acordo pelo investimento. Não são só os investidores e os
operadores económicos que pedem este acordo; é o futuro de Portugal que o exige.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, três Srs. Deputados, a
saber, do PCP, do BE e do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o Governo
vem hoje, aqui, apresentar o famoso supercrédito fiscal.
Vamos ver se o que nos traz é, de facto, um supercrédito fiscal ou se, utilizando uma espécie de soundbite
ou frase feita, muito típica do Largo do Caldas, não nos trará, antes, uma superilusão fiscal, em vez de um
supercrédito fiscal.