I SÉRIE — NÚMERO 99
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Como é que compara a taxa efetiva possível deste crédito e estes
benefícios, que, em termos óbvios, são os de competitividade fiscal, com os de outros países da União
Europeia?
Para terminar, Sr. Secretário de Estado, porque tenho também ouvido a crítica de que a medida é só para
um semestre, perguntava-lhe então, do ponto de vista da reforma do IRC, até que ponto é que medidas desta
natureza são para continuar?
Já agora, e porque temos aqui reunidos todos os partidos, seria também bom saber, do ponto de vista do
Sr. Secretário de Estado, qual será a abertura para termos o tão falado consenso, que, sem dúvida, todas as
associações empresariais acolheriam, no sentido de saber, com segurança, por exemplo, qual seria, na
próxima década, o IRC. E conseguir isso, sem consenso político, será impossível.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem agora a palavra o Sr. Deputado
Paulo Batista Santos.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados,
antes mesmo de formular as minhas questões em concreto, permitam-me VV. Ex.as
que saúde as bancadas da
oposição, em particular as bancadas do Partido Comunista e a do Bloco de Esquerda, e sobretudo, Sr.
Deputado Honório Novo, a superignorância fiscal que V. Ex.ª aqui mostrou. A superignorância, Sr. Deputado!
Falar em despesa fiscal deste ano numa medida desta natureza, que vai ter sobretudo impactos orçamentais
— a ter! — para o ano que vem, peço desculpa, é superignorância fiscal, Sr. Deputado!
O Sr. Honório Novo (PCP): — «A ter», diz bem!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Do que estamos a falar é de deduções à coleta, em sede de IRC!
V. Ex.ª só irá apurar, com todo o rigor, digo-lhe eu, exceção feita aos pagamentos por conta deste ano,…
O Sr. Honório Novo (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — … só vai apurar, com todo o rigor, o impacto desta medida em sede
da despesa fiscal para o ano que vem, Sr. Deputado. É tão simples quanto isto!
Sr. Deputado, seria relevante conhecermos a posição do Partido Comunista Português nesta medida.
Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.
Que incentivos alternativos apresentam VV. Ex.as
aos portugueses e às pequenas e médias empresas
nacionais? Isso é que era importante hoje chamar a este debate.
Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, permita-me também que o questione: esta medida não tem alcance para
as pequenas e médias empresas?! Investimentos até 5 milhões de euros são para quem? Para as grandes
multinacionais, Sr. Deputado? Não!
O grande mérito desta medida é ser focalizada em mais de 90% do tecido empresarial português, que são
as pequenas e médias empresas.
Era essa convocação que importava que os grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP
pudessem dar aqui, deixando os seus contributos para esta medida.
Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e demais Membros do Governo, esta medida é, de facto, no
nosso ponto de vista, uma medida inédita, sem precedentes na nossa história fiscal recente.
Aliás, num passado recente, desde os PEC de Teixeira dos Santos, passámos o tempo a reduzir tudo que
eram estímulos ao investimento, em Portugal. E, pela primeira vez, depois de passarmos esta ressaca da
economia portuguesa, onde tivemos, de facto, de fazer a consolidação orçamental, é possível lançar uma
medida inédita, que coloca Portugal na liderança da competitividade fiscal.