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7 DE JUNHO DE 2013

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fez foi utilizar recursos do Estado para, por via da especulação, fazer engordar os lucros do capital financeiro,

seja ele nacional ou internacional.

O que acontece com estes contratos swap, nomeadamente com a auditoria que a Sr.ª Deputada referiu e a

cuja divulgação, pelos vistos, o Governo vai resistindo, obviamente compreender-se-á pelo volume e pela

dimensão dos compromissos que estão assumidos.

Gostava também de referir que a Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro ou outros governantes, nestas

circunstâncias, são apenas «peões de brega» (permitam-me a expressão), porque na verdade aquilo que se

esconde por detrás destes contratos, da atuação destes administradores e da atuação deste governantes, são

interesses poderosíssimos do ponto de vista económico e financeiro que nunca querem prescindir, nunca

querem abrir mão das posições que já conquistaram. Daí que o Governo vá resistindo à divulgação desta

informação, obviamente com a perspetiva de proteger esses interesses, que, afinal de contas, são o alfa e o

ómega da política do Governo.

Sr.ª Deputada, vou passar a um outro aspeto que referiu da minha intervenção, que tem que ver com o

relacionamento do Estado com a banca, nomeadamente num processo de recapitalização da banca que este

Governo assumiu.

Julgamos que o que se está a passar com o Banif — e essa é uma preocupação que o PCP assume —

tende muito rapidamente a transformar-se num novo «processo do BPN» pela forma como o Estado interveio

no capital daquela instituição financeira, pelas responsabilidades que o Estado já assumiu nesse processo e

pela mais que provável incapacidade do Banif cumprir o plano de recapitalização a que está adstrito.

Obviamente, já estamos a ver o final desse «filme»: será mais um banco nacionalizado com os prejuízos a

serem assumidos pelo Orçamento do Estado, como aconteceu com o BPN, para depois ser reprivatizado já

com a «carne limpa de gorduras», «gorduras» que entretanto serão assumidas pelo Estado com prejuízo para

os contribuintes, com prejuízo para os impostos e com prejuízo para a capacidade de intervenção do Estado.

Neste momento, também do ponto de vista do acesso ao crédito, isso exigia outra intervenção no setor

financeiro, a qual, obviamente, não vai ser assumida, porque isso o PSD e o CDS, obviamente, não querem

«beliscar».

Sr.ª Deputada Ana Drago, mais uma vez, agradeço-lhe as questões que me colocou e termino dizendo-lhe

que, para nós, é mais do que evidente que o resultado concreto desta política é um País cada vez mais

próximo de ser ingovernável do ponto de vista económico e social.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluirei, Sr.ª Presidente.

Esta política não serve o País, não serve o povo, mas serve meia dúzia de interesses. Infelizmente, é a

esses interesses que o PSD e o CDS continuam subjugados.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares, para pedir

esclarecimentos.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, começo por dizer-lhe

que o Sr. Deputado teima em baralhar tudo, teima em fazer declarações políticas em que mistura tudo e que

só têm como objetivo criar ainda mais confusão naqueles que nos ouvem.

Quando o debate deveria ser sereno, quer à volta daquilo que aconteceu no BPN, quer à volta daquilo que,

agora, quereremos saber nesta Casa, ou seja, o que é aconteceu nos contratos swap, o Sr. Deputado

continua a pretender misturar tudo e criar confusão nos portugueses que nos ouvem.

Mas queria dizer-lhe, Sr. Deputado, que noto que não se inscreveu ninguém do Partido Socialista para lhe

pedir esclarecimentos. E destaco isso por uma razão: é que, hoje, é muito mais o que vos aproxima do aquilo

que vos diferencia. Até fiquei surpreendido com as declarações proferidas no final do encontro que houve

entres os dois secretários-gerais dos dois partidos: é que foi um partido comunista que levou o Chipre à

bancarrota e foi um Partido Socialista que levou Portugal à bancarrota.