14 DE JUNHO DE 2013
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A última revisão do regime jurídico do ensino da condução nas escolas de condução, dos instrutores de
condução e diretores de escolas de condução foi operada em 1998, ou seja, há mais de uma década, pelo que
necessita de ser ajustada às novas exigências da formação e avaliação de candidatos a condutores, e
compaginada com alterações decorrentes da transposição de diretivas comunitárias entretanto introduzidas na
legislação nacional.
O anterior regime, fixado em 1998, pretendia também atualizar legislação de 1995, que já se considerava
ultrapassada, e conformá-la também com legislação comunitária. É por isso, com bons olhos, que vemos esta
iniciativa do Governo e é por isso que concordamos com o teor do seu diploma.
Para além da transposição da Diretiva 123, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos serviços de
mercado interno, designadamente no que respeita às novas exigências de formação e avaliação de candidatos
a condutores e à adequação das regras de acesso e exercício da atividade das escolas de condução,
podemos perguntar-nos, como se costuma dizer em bom Português: afinal, quais são as principais alterações
aos olhos dos condutores? Em que medida isto muda as suas vidas?
No que respeita à vertente do ensino prático, para além do ensino que já é ministrado nas escolas de
condução, permite-se a condução acompanhada por um tutor para os candidatos condutores de veículos da
categoria B. Prevê-se também a possibilidade de ser ministrado o ensino teórico da condução em ambiente
prisional, a reclusos em cumprimento de pena contínua de prisão por crime de condução sem habilitação legal.
A isto, Sr.as
e Srs. Deputados, eu chamo humanizar a política.
O ensino da condução é previsto também por outras entidades, alvos muito específicos e muitos especiais,
com exigências acrescidas dos demais condutores, como sejam, por exemplo, as forças militares, a escola
nacional dos bombeiros e as empresas de transportes rodoviários de mercadorias.
Para realidades diferentes, este diploma apresenta políticas diferentes. Tratar por igual o que é igual e
diferente o que é diferente sempre foi um lema social-democrata e esses ideais perfilhamos neste diploma.
Questões como o acesso à profissão, as revalidações profissionais, as orgânicas das escolas de condução
e a sua distribuição geográfica são, obviamente, questões sensíveis que sabemos causarem perturbação pela
habituação e pela estabilidade de décadas em que o regime estava assente. Sabemos disso.
Compreendemos as resistências e as posições que nos fizeram chegar e, com o compromisso de todos serem
revistos, fazemos a referência de que serão acolhidas as adaptações que puderem ser tidas em conta, em
face dos compromissos que assumimos e em face do cumprimento da legislação comunitária a que estamos
também sujeitos.
Uma palavra também para saudar a medida de desburocratização do habitual ciclo de papel que o
documento pretende aliviar ao longo do percurso.
Este é um regime legal acima de tudo centrado no condutor. Cumpre os objetivos? Na generalidade,
cumpre. Merece o nosso apoio e suporte, mas posso adiantar que, em sede de especialidade, à semelhança
dos que referi inicialmente, queremos um debate participado, uma aceitação com todos os parceiros de vários
pontos de vista comuns e da melhoria a que isso possa conduzir no final. Estaremos, como sempre estivemos,
na procura dos melhores e mais amplos consensos na especialidade, porque a democracia se constrói assim.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Que queremos, afinal, para os condutores? Que queremos, afinal, para as
escolas de condução? Queremos condutores bem formados, o melhor possível, a conduzir sem medo, a fazer
a derradeira e verdadeira pedagogia da prevenção. Mais de 900 mortes por ano nas nossas estradas devem-
nos fazer pensar, a todos, olhando cada condutor como uma vida inestimável que circula nas estradas e, por
isso mesmo, a cada condutor a bagagem recebida numa boa escola de condução. Queremos, então, escolas
de condução que sejam uma referência.
Uma última palavra para um verbo muito pouco utilizado no nosso País: fiscalização. De que adiantam
regimes legais aperfeiçoados nesta Casa, se depois não lhes vão dar cumprimento?
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada, queira fazer o favor de concluir.
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.