I SÉRIE — NÚMERO 101
32
administração central (PSD), 762/XII (2.ª) — Recomenda ao Governo que cumpra os compromissos
societários e financeiros decorrentes da sua participação na Porto Vivo, SRU — Sociedade de Reabilitação
Urbana da Baixa Portuense, SA (CDS-PP), 761/XII (2.ª) — Recomenda ao Governo que altere a Sociedade
Porto Vivo, SRUBP, SA, atribuindo ao município do Porto uma posição societária maioritária, consagrando um
modelo de reabilitação urbana que fixe os residentes e promova a reocupação populacional do centro histórico
do Porto e garanta a liquidação prévia dos compromissos financeiros do IHRU para com a sociedade (PCP), e
763/XII (2.ª) — Recomenda ao Governo que o IHRU assuma os seus compromissos como entidade
participante na SRU Porto Vivo (BE).
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Pizarro.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: É consensual no País, pelo menos
no discurso político — mesmo no discurso político do PSD, do CDS e do Governo —, a importância da
reabilitação urbana, desde logo enquanto indutora de atividade económica e de emprego, a qual é
especialmente reconhecida em relação a uma cidade como o Porto, uma cidade histórica, uma cidade cujo
centro histórico é classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e que tem na atração turística
um dos principais dinamizadores da sua atividade económica.
Por isso, a atividade da Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo é tão consensual na cidade do Porto
e em toda a região, porque é fácil perceber a vantagem que a sua intervenção tem para a economia local. O
que o Governo classifica como um custo dessa intervenção, nós consideramos que é um investimento a favor
da atração de maior investimento privado, e é isso que tem acontecido nos últimos anos. À despesa pública
com o funcionamento da SRU Porto Vivo tem correspondido um enorme investimento privado que essa
sociedade tem conseguido alcançar a favor da cidade.
Claro que se trata de um processo ainda muito insuficiente para as necessidades de uma cidade
confrontada com uma dramática degradação do edificado, que tem causado a perda muito significativa de
população na cidade. Mas é um esforço que vai na direção certa.
O que se tem passado nos últimos dois anos é, a este título, absolutamente lamentável. O PSD e o CDS no
Governo não se entendem com o PSD e o CDS na Câmara Municipal do Porto e desta continuada guerrilha
que dura há mais de dois anos gerou-se a paralisia da sociedade Porto Vivo e do processo de reabilitação
urbana do Porto.
Isto é, o Governo tem um discurso dúplice: fala da economia e do emprego e, depois, sabota, pela
inoperância e pela guerrilha partidária e estéril, aquele que é um esforço importante a favor da economia local
e regional e a favor da criação de emprego. Daqui resulta o nosso projeto de resolução, que é, no fundo, um
apelo ao Governo do PSD e do CDS: entendam-se! Resolvam este assunto, ponham de lado as querelas
partidárias, as guerrilhas de personalidades e façam aquilo que é obrigação do Governo, que é resolver o
problema e deixar que a SRU continue a operar e a funcionar em favor da cidade, da região e, sobretudo, das
pessoas que estão hoje tão necessitadas de um emprego que a reabilitação urbana gera e de um emprego
que a economia que se segue à reabilitação, no turismo e no comércio, também é capaz de ajudar a
conseguir.
Espero que daqui saia uma solução que faça com que o Governo, o PSD e o CDS se arrependam do que
andam a fazer e resolvam fazer o que devem, que é privilegiar o interesse público.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — para uma intervenção, tem a palavra a palavra o Sr. Deputado Paulo
Rios de Oliveira.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este assunto é sério, mas
é pouco dado a demagogias. O Partido Socialista tem, em relação à reabilitação urbana do Porto e à SRU, má
consciência, porque não foi um apoiante da primeira hora e — recorde-se — também ele, no seu tempo,
atrasou os pagamentos da recapitalização.
Portanto, chega a este debate com má consciência.