14 DE JUNHO DE 2013
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Vozes do PSD: — Ah, pois é!
Protestos do Deputado do PS Manuel Pizarro.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — De facto, nós abordamos com seriedade este que é um tema
grave e urgente.
A Porto Vivo SRU é uma empresa de capitais públicos, detida maioritariamente pelo IHRU (Instituto da
Habitação e da Reabilitação Urbana), ou seja, pelo Estado, detendo a Câmara Municipal do Porto uma
minoria.
Para além da reabilitação urbana, que era o seu principal motivo de intervenção, são visíveis e
mensuráveis, desde logo, os contributos que deu às intervenções ou à reabilitação, direta ou indireta, de mais
de 5800 imóveis da cidade do Porto — para termos uma comparação, podemos afirmar que, em Lisboa, a
SRU similar não atingiu os 4000 imóveis no mesmo período. A verdade é que a intervenção da SRU teve um
impacto não só sobre a reabilitação, mas também sobre a economia de toda a cidade e da região, na
promoção do turismo, do lazer, da cultura e da atração da atividade económica.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Muito bem!
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Aliás, a SRU do Porto provocou ou induziu investimento privado
numa escala de 1/10, o que no caso do Quarteirão das Cardosas foi mesmo de 1/15. Creio que não há muitos
casos que tenham uma capacidade de investimento reprodutivo sequer parecida com esta. E a consciência da
intervenção e da importância desta sociedade é, de facto, transversal às pessoas do Porto, às instituições, não
prende partidos e move toda a gente, independentemente do modelo.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Como é público, a SRU do Porto não tem presidente do conselho
de administração desde 1 de dezembro de 2012, bem como não houve pagamento da recapitalização dos
anos de 2010 e 2011. Para além disto, não estão aprovadas as contas de 2012 e a sociedade está
confrontada com uma intenção da tutela de alterar o modelo de intervenção nesta área.
Temos de separar assuntos.
Em relação às contas de 2010 e de 2011, há contas aprovadas pelos dois acionistas, temos uma
confirmação de pagamento por parte do IHRU e uma confirmação e desejo de pagamento por parte da Sr.ª
Ministra. Pois bem, não vale a pena prometer mais, pensamos que chegou o momento de pagar! A situação
que temos é de uma asfixia lenta com base numa promessa ainda não cumprida.
Em relação às contas de 2012, ouvimos dizer que existem dúvidas quanto ao valor apresentado. Nesse
caso, audite-se, esclareça-se, resolva-se.
Contudo, não deixa de ser curioso que não só o revisor oficial de contas da RSU do Porto tem prestígio
nacional como também — permitam-me que o diga — a cidade do Porto não tem tradição de ser má gestora
dos dinheiros públicos. Mas, pelo menos, estabilizem-se os órgãos sociais, permitindo o cumprimento do
mandato.
Quanto ao modelo futuro de apoio à reabilitação urbana, não deixamos de apreciar a manifestação da Sr.ª
Ministra no sentido de manter a aposta na reabilitação, mas consideramos que o modelo específico de apoio
deve ser contratualizado, deve ser estudado com os futuros órgãos autárquicos, uma vez que estamos prestes
a mudar de ciclo e a ter eleições. Será, pois, com estes que será mais acertado fazer essa reflexão.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Meireles.