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19 DE JUNHO DE 2013

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Qualquer das reformas que venham a ter lugar deve privilegiar sempre a coesão territorial, económica e

social, como um dos seus vetores principais — não me canso de o defender — e isto só é possível com uma

verdadeira descentralização.

Todas as políticas públicas, a execução de programas nacionais e comunitários, a aplicação de fundos

estruturais europeus, os grandes projetos públicos e todas as políticas de âmbito nacional devem assumir

como objetivo primeiro a correção das assimetrias regionais, para corrigir as enormes disparidades de

desenvolvimento regional de que Portugal padece.

As opções, as decisões tem de ser tomadas por quem está mais próximo das populações. Temos que

aproximar cada vez mais os serviços públicos às populações que deles devem usufruir e também assim

promover o desenvolvimento harmonioso e igualitário de todo o território nacional.

O acesso universal aos serviços do Estado é um direito que todos temos. A liberdade, a democracia e a

cidadania dependem da universalidade deste acesso.

O crescimento económico, a empregabilidade e as oportunidades de os cidadãos melhorarem as suas

condições de vida através do melhor dos seus esforços, deverão ser integradas e simétricas em todo o

território nacional.

Só assim existirá mais eficácia nas decisões, melhor eficiência nos resultados e maior equidade para o

País. Só assim vamos conseguir reafectar e utilizar melhor os nossos recursos e ajustá-los às necessidades

reais. Esta é a prioridade, este deve ser o caminho!

Temos cada vez mais de ir ao encontro do País real, do País mais próximo, do País ouvinte, dos órgãos

que decidem em prol dos ajustamentos locais, da gestão da coisa pública mais eficaz e menos dispendiosa.

É esta reforma que é necessária, mas só é necessária se for mais além. O nosso País exige essa reforma

e nenhum partido tem o direito de bloquear a modernização do nosso sistema de governação.

É fundamental e necessária a importância da coisa pública, que afirme valores democráticos e de

participação numa relação com os cidadãos.

Portugal precisa desta verdadeira reforma para se transformar numa Nação mais justa, territorialmente

mais coesa, em que os cidadãos tenham oportunidades equitativas em qualquer parte do País, e assim se

possam rever e encontrar neste Portugal novo.

É este o momento!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, inscreveu-se o Sr. Deputado Miguel

Freitas, a quem dou a palavra.

O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Virgílio Macedo, ao ouvir a sua intervenção

ocorreu-me que ela devia ser, essencialmente, dirigida ao Governo.

Aplausos do PS.

Aliás, eu até diria que o Partido Socialista subscreve a intervenção que aqui foi feita, isto é, a necessidade

de ter um Estado mais descentralizado, com maior autonomia e com uma maior coordenação regional.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Miguel Freitas (PS): — Mas, Sr. Deputado, este Governo fez tudo menos aquilo que o Sr. Deputado

aqui veio defender.

Este é o Governo que ataca a autonomia do poder local; este é o Governo que reduz o número de

freguesias e afasta a administração da decisão e dos cidadãos; este é o Governo do mapa judiciário que

encerra tribunais; este é o Governo que retira autonomia às direções regionais de educação e as transforma

em simples delegações regionais; este é o Governo que faz com que o IPTM (Instituto Portuário e dos

Transportes Marítimos) passe a ser uma estrutura nacional e deixe de ser uma estrutura regional; este é o

Governo que acaba com as ARH (administrações regionais hidrográficas), colocando-as sob tutela da Agência