19 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não tem nada a ver com negociar!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ou acha que, como nós achamos, há razão para negociar, há sempre
vontade para negociar, sobretudo se com negociação se conseguir evitar o grande prejuízo que aconteceu no
dia de ontem, que foi, infelizmente, um quarto dos alunos não terem feito o exame na data prevista.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Michael Seufert, o CDS falou aqui em nome do
Ministério da Educação, porque é o CDS que, de facto, manda no Ministério da Educação.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem! Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — O Sr. Ministro executa… Ou melhor, às vezes nem executa, porque até nas
conferências de imprensa passa a palavra ao Sr. Secretário de Estado,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … porque se recusa a participar nas negociações com as entidades
representativas.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É um ausente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Mas é importante que o Sr. Deputado faça chegar ao CDS, que manda no
Ministério da Educação, que para o PCP é fundamental a retoma das negociações…
Vozes do CDS-PP: — Ah!…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … e que o Governo entenda importante sentar-se à mesa, designadamente
para discutir quatro pontos.
Relativamente a outras matérias, entendemos que importa ir mais longe, mas em relação ao que está hoje
colocado em cima da mesa e que motivou objetivamente esta greve é importante assumir a posição — que,
aliás, as oito estruturas sindicais assumiram — de que importava, de facto, que o Governo tivesse
disponibilidade, que não teve até agora, para se sentar.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Diga isso à FENPROF!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Deputado, não é só a FENPROF que está à mesa das negociações e que
está disponível para isso. O Sr. Deputado conhece, naturalmente, as oito estruturas sindicais e sabe
exatamente o que está colocado em cima da mesa.
Entendemos que relativamente à mobilidade especial, ao horário de trabalho, aos despedimentos e à
componente letiva de direção de turma… Como é possível?! Diga-me, Sr. Deputado, acha justo que deixe de
estar integrada na componente letiva a direção de turma? Acha pouca coisa que um professor, além de
acumular todas as turmas, ainda tenha direção de turma, não fazendo esta parte da componente letiva? O Sr.
Ministro falou disto como se não fosse bem assim; aliás, ele até é professor do ensino superior, provavelmente
nunca teve uma direção de turma, nunca percebeu do que se trata.
A verdade é esta: os sindicatos mostraram total disponibilidade e exigiram a retoma das negociações
relativamente a estas matérias. Sr. Deputado, não foram os professores que não quiseram continuar a
negociação! Quem mostrou uma irredutibilidade total foi o Governo, não foram os professores.