I SÉRIE — NÚMERO 105
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Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Isso é algo que o senhor tem de assumir. Tem de assumir as suas responsabilidades!
Mas em relação ao Partido Socialista já estamos habituados a essa sua atitude dúplice, no entanto não
esperávamos que a tivesse com os parceiros sociais, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do PS.
E o que o senhor aqui fez foi descartar o contributo dos trabalhadores e dos empresários portugueses, e
isso é inaceitável, porque a única coisa que os empresários e os trabalhadores portugueses querem é que o
senhor desenvolva políticas públicas que estimulem o crescimento económico, que preservem o emprego e
que criem novas condições de trabalho para os portugueses.
Aplausos do PS.
No nosso País, há quase um milhão de portugueses que estão desempregados e o senhor, como resposta,
a única coisa que faz é descartar o seu contributo. Isto é inaceitável!
Mas há um outro assunto que quero aqui trazer, que tem a ver com a reforma do Estado. Lembra-se de,
em novembro de 2012, ter dito que era necessário que o País fizesse uma reforma do Estado até fevereiro de
2013? Passou fevereiro, passou março, passou abril, passou maio, está quase a terminar junho e onde é que
está a reforma do Estado? Não está, nem vai aparecer, porque o senhor não quer uma reforma do Estado; o
que o senhor quer é um motivo para cortar nos serviços públicos e para despedir funcionários públicos em
Portugal. Isso é o que o senhor quer!
Aplausos do PS.
Devo dizer-lhe que para isso terá a oposição do Partido Socialista, porque somos a favor de uma reforma
do Estado,…
Vozes do PSD: — Qual? Qual?
O Sr. António José Seguro (PS): — … mas não somos a favor de um corte, como o senhor quer fazer.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Conversa!
O Sr. António José Seguro (PS): — O senhor comprometeu-se com um corte de 4,7 mil milhões. Ora, um
corte de 4,7 mil milhões significa mais austeridade. E mais austeridade significa mais recessão económica,
mais austeridade significa mais desemprego.
Só um Governo como o seu, de compreensão lenta, é que não compreende o que se está a passar de
trágico no nosso País.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, quero, em primeiro lugar,
dizer-lhe que me dirijo ao Parlamento com todo o respeito e elegância, sempre! Sempre, Sr. Deputado!
Portanto, não entendo, sequer, as suas referências, muito menos ao meu desespero, porque eu não tenho
desespero nenhum.