I SÉRIE — NÚMERO 105
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Mais ainda: pedia-lhe que referenciasse e deixasse claro, porque parece que houve algumas bancadas que
nem sequer isso têm em atenção, que os 6000 milhões da Garantia Jovem não são para sete anos, são para
dois anos, como o Sr. Primeiro-Ministro aqui salientou. É isto que é preciso. É o primeiro impacto que é
necessário para resolver um problema claro, concreto, direto e que atinge milhares de pessoas por essa
Europa fora.
Temos posições e recomendamos ao Governo um conjunto de ações relativamente a esta matéria.
Julgo que não vale a pena estarmos a pormenorizar a questão do Semestre Europeu ou das dificuldades
do euro, mas é importante que, do ponto de vista político, um órgão político como é o Conselho Europeu dê
uma mensagem não só aos governos, não só aos parlamentos, mas também aos cidadãos e diga: «Estas são
as suas prioridades, estas são as suas determinações, estas são as suas decisões».
Sr. Primeiro-Ministro, termino dando-lhe nota de uma particular preocupação que tenho. Há referências no
sentido de que pode haver atrasos significativos relativamente à aprovação do quadro financeiro plurianual.
Essa é uma peça essencial. Há um braço-de-ferro entre a Comissão, o Conselho e o Parlamento Europeu. As
notícias de hoje não são positivas, não são agradáveis.
Pode o Parlamento Europeu, com toda a legitimidade, questionar, mas há uma questão que importa
chamar à colação, que é o facto de qualquer atraso na aprovação do quadro financeiro plurianual implicar
atrasos nos regulamentos comunitários, atrasos na regulamentação nacional, atraso para que o próximo
quadro financeiro plurianual possa entrar em funcionamento em Portugal.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Diga-se o que se disser, proclame-se o que se quiser, isto significa
que a economia real sofrerá efeitos diretos, claros e estrondosos no seu desenvolvimento.
O Governo tinha dito, e atempadamente o fez, que iria apresentar vontades e determinações para construir
um quadro essencial para a continuação do financiamento da economia. Não vale a pena proclamar ou propor
o que se quiser se o Estado português não tiver estas medidas.
É fundamental que, politicamente, haja uma mensagem para os Governos, para a Comissão, para o
Conselho, mas, principalmente, para todos nós no sentido de que não vai haver qualquer tipo de quebra no
financiamento da economia para que, neste quadro, se possa financiar as PME mas, acima de tudo, resolver o
problema do desemprego, globalmente e, em particular, o do desempego jovem.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para o encerramento, dou, agora, a palavra ao Sr. Primeiro-Ministro.
Faça favor.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, estou de acordo com o Deputado António José Seguro
quando ele diz que isto não é um debate. De facto, está nas mãos dos Srs. Deputados transformar estas
ocasiões em verdadeiros debates. Aproveitarei o formato desta discussão para também responder a algumas
questões que foram suscitadas pelos Srs. Deputados e, de alguma forma, acrescentar alguma coisa ao que eu
disse inicialmente.
Em primeiro lugar, como o Sr. Deputado António Costa Rodrigues sinalizou, o que estava previsto no
âmbito do quadro financeiro plurianual, isto é, os 6000 milhões de euros para sete anos na iniciativa para a
juventude, é que o Conselho possa decidir que seja adiantado nos primeiros dois anos de execução do quadro
financeiro plurianual. A conclusão que é proposta, depois do trabalho diplomático que é feito pelo Presidente
do Conselho Europeu junto dos gabinetes de todos primeiros-ministros, é que este valor global possa vir a ser
reforçado até à data da revisão do Orçamento europeu, a ocorrer indicativamente em 2016. É uma matéria
que, como o Sr. Deputado referiu, ainda não está fechada. Ainda não temos a garantia de que exista um
acordo com o Parlamento Europeu para que o quadro financeiro plurianual possa entrar em vigor nos termos
em que, globalmente, foi remetido pelo Conselho Europeu para o Parlamento e que isso possa acontecer logo
no início de 2014.