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29 DE JUNHO DE 2013

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… que não me merecia essas intervenções por parte dos Srs. Deputados. Não merecia, tanto mais que

elas não correspondem à verdade, novamente.

Sr. Deputado Adão Silva, sei que é capaz de muito melhor. Foi infeliz, Sr. Deputado. Por isso, obriga-me a

que lhe recorde aqui o seguinte, até porque temos a memória muito fresca com o que aconteceu ontem: se

anteriormente os dirigentes das centrais sindicais e os trabalhadores portugueses dialogavam com o Governo,

um diálogo por vezes tenso, como é natural em democracia, o que é que o Governo que o Sr. Deputado apoia

teve ontem? Os trabalhadores numa greve geral convocada pelas duas centrais sindicais. E uma grande greve

geral, Sr. Deputado!

Aplausos do PS.

Se, antes, havia palavras e diálogo social, agora há trabalhadores nas ruas a exigirem mudança de política,

um novo rumo e até a saída do Governo. Foi infeliz, Sr. Deputado Adão Silva.

Para terminar, em relação à questão das «fitas» e das «tesouras», eu queria que o Sr. Deputado Adão

Silva e o Sr. Secretário de Estado lessem as competências que estão atribuídas e que podem ser exercidas

por um governo de gestão. Isso responde muito bem às questões que o Sr. Deputado aqui colocou sobre o

acordo tripartido e o que aconteceu a seguir. Leia as competências de um governo de gestão, Sr. Deputado.

Aplausos do PS.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Nos governos de gestão não há «tesouras»!

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, do Bloco de

Esquerda.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Entre troca de galhardetes, entre «fitas» e

«tesouras», concluímos que, afinal, havia tesoura. Há tesoura, e é uma tesoura maior, no que diz respeito ao

corte dos direitos, do que uma tesoura de cortar relva!…

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Eu queria referir-me ainda ao dia de ontem e a este namoro embevecido

entre o CDS e o PSD como forma de demonstrar que, afinal, estão tão unidos. Mas o que ontem os

trabalhadores e as trabalhadoras, os reformados e os estudantes, o País inteiro, vos disseram foi: é só mais

um empurrão para o Governo ir ao chão!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Nós achamos que só falta mesmo esse empurrão.

O Sr. Deputado do CDS dizia-nos aqui, muito triste, que, nos últimos 20 ou 30 anos, tínhamos construído

uma legislação de trabalho garantística e que isso tinha de acabar.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Rígida!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ó Sr. Deputado, o percurso que o Direito do Trabalho fez nestes últimos 30

ou 40 anos foi um percurso na direção da dignidade do trabalho, de abandonar a consideração do trabalho

escravo, foi o recomeçar dessa mesma dignidade. Por isso é tão importante que o Direito do Trabalho balize

toda a sua conceção e arquitetura na defesa da parte mais frágil numa relação laboral.

O que os senhores aqui estão a fazer é, de facto, um corte nessa evolução, estão a fazer um ponto de

viragem para o retrocesso. Toda a vossa arquitetura de alteração das leis do trabalho nos remete para o